terça-feira, 29 de maio de 2012

Docentes da UFCG realizaram carreata e ato público para protestar contra descaso do Governo


Os professores da Universidade Federal de Campina Grande realizaram ontem pela manhã (28/05), um ato público no Centro, para denunciar o descaso do Governo Federal com as reivindicações da categoria e exigir a realização de negociações reais sobre a proposta de reestruturação da carreira docente. Para hoje pela manhã estava agendada em Brasília, mais uma reunião do Grupo de Trabalho sobre a reestruturação da carreira, que foi cancelada sem justificativa pelo Ministério do Planejamento.
A programação organizada pelo Comando Local de Greve da UFCG foi iniciada com uma carreata entre o Campus da UFCG e a Praça da Bandeira, onde por volta das 9h30 foi iniciado um ato público.
A carreata chamou a atenção de centenas de pessoas para o protesto dos professores e para suas reivindicações, em todos os bairros por onde passou. Chegando à Praça da Bandeira, o Comando Local de Greve iniciou uma panfletagem com a Nota à Sociedade Brasileira, elaborada pelo Comando Nacional de Greve, onde são explicados detalhadamente os motivos da greve dos professores das universidades.
Ainda durante o ato público, professores que integram o Comando Local de Greve se revezaram explicando e avaliando o quadro nacional de mobilização da categoria, as reivindicações protocoladas junto aos Ministérios da Educação e Planejamento e denunciando o descaso do Governo Federal para com o processo de negociação da reestruturação da carreira no Grupo de Trabalho criado pelo acordo emergencial firmado com a categoria em agosto de 2011.
O professor Lauro Pires Xavier, do Campus da UFCG de Cuité, fez um relato da precariedade do funcionamento dos cursos instalados naquela cidade como um exemplo da necessidade de melhoria das condições de trabalho que consta na pauta de reivindicação nacional dos docentes. Ele citou a situação do Curso de Enfermagem que, até o momento, não dispõe de um laboratório de anatomia, obrigando alunos e professores a se deslocarem para Campina Grande para cumprir as exigências curriculares.
O integrante do Comando Local de Greve e professor do Campus de Sumé, Luciano Queiroz denunciou que o Governo Federal utiliza um discurso falacioso ao afirmar que existe uma pequena adesão à greve nas universidades federais, já que hoje 48 das 59 instituições existentes estão paralisadas. Ele ressaltou que os professores universitários recebem hoje um dos piores salários entre os servidores públicos federais e que há anos não recebem reajustes salariais e não tem data base.
O estudante de Engenharia Elétrica Jimmy Felipe falou em nome do Diretório Central dos Estudantes da UFCG e ressaltou que os alunos apoiam a greve dos docentes e na última assembleia da entidade, realizada no dia 23/05, foi retirado um indicativo de greve também dos estudantes, com indicativo para o dia 05 de junho, com uma pauta específica do segmento.


Um depoimento que emocionou os participantes do ato foi do professor da Unidade Acadêmica de Economia, José Bezerra Araújo, que há cerca de 40 anos ensina a cadeira de economia Brasileira. Mesmo com a voz rouca  e falando baixo, ele empolgou os manifestante pela força de seus argumentos, explicando que no Brasil apenas os ricos usufruem das riquezas do país, já que o trabalhador paga o mesmo imposto que as elites sobre aquilo que consome.
Às 11h, momento em que deveria começar, em Brasília, a reunião do Grupo de Trabalho que discute a reestruturação da carreira dos professores das universidades e institutos federais, a professora do Curso de Psicologia Karynna Nóbrega leu a Nota à Sociedade Brasileira.


Para encerrar a manifestação, os professores sairam em passeata pela Rua Marques do Herval, passaram pelo Calçadão da Cardoso Vieira, seguiram pela Rua Venâncio Neiva e depois percorreram toda Rua Maciel Pinheiro, chegando até a Avenida Floriano Peixoto.
Já retornando para a Praça da Bandeira, no cruzamento da Floriano Peixoto com a Rua Venâncio Neiva, os docentes fecharam o trânsito por alguns minutos, cantando o refrão: “Não tem dinheiro pra educação, mas tem dinheiro pra banqueiro e pra ladrão”.

Fonte: ADUFCG - 28/05/2012

Blog rafaelrag

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