"A força contida no grito dos trabalhadores e de suas mulheres, é mais forte que as algemas da injustiça do capital."
Luís Fernando Lima
A luta não acabou. Temos que difundir a ideia da consciência negra na sociedade para que tenhamos um estado tolerante onde prevaleça a igualdade racial, sem preconceitos.
Mércio Franklin.
No dia 12 de agosto de 1983 a líder sindical paraibana Margarida Maria Alves era assassinada por um pistoleiro de aluguel na frente de sua casa, seu filho e marido. O crime encomendado por usineiros da região, teve como acusados o soldado da PM Betâneo Carneiro dos Santos, os irmãos pistoleiros Amauri José do Rego e Amaro José do Rego e o motorista Biu Genésio.
Margarida presidiu o sindicato de Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande (PB) de 1967 até 1983. Lutou pelos direitos dos trabalhadores do campo, como jornada de trabalho de oito horas, carteira assinada e 13º salário.
O crime teve repercussão internacional, com denúncia encaminhada à Corte Internacional de Direitos Humanos e várias outras entidades semelhantes. Severino, o marido de Margarida, dizia que “ela era uma mulher sem medo, que denunciava as injustiças”. Na época de sua morte, 72 ações trabalhistas estavam sendo movidas contra os fazendeiros locais.
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Chico César visitando o museu de Margarida, em 2014
“É melhor morrer na luta do que morrer de fome”
Nascida e criada em Alagoa Grande, no Brejo Paraibano, foi a primeira mulher presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais da cidade. Lá, fundou o Centro de Educação e Cultura do Trabalhador Rural, uma iniciativa que, até hoje, contribui para o desenvolvimento rural e urbano sustentável, fortalecendo a agricultura familiar.
Lutando pela defesa dos direitos dos trabalhadores sem terra, suas principais metas eram o registro em carteira de trabalho, a jornada diária de trabalho de 8 horas, 13° salário, férias e demais direitos, para que as condições de trabalho no campo pudessem ser equiparadas ao modelo urbano.
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Blog rafaelrag
Só o fato de Margarida ter rompido a barreira da intolerância, preconceito e sido a primeira mulher presidente de sindicato de trabalhadores já é um feito histórico. O bárbaro assassinato em agosto de 1983 é o acontecimento mais monstruoso e indigno da história de Alagoa Grande. Era não somente minha conterrãnea de cidade mas também de rua da Olinda,onde nasci. Uma tragédia que Alagoa Grande jamais vai esquecer. Alagoa Grande é a cidade das minhas emoções mas também das minhas dilacerações, como diria Ariano Suassuna. Alagoa Grande é democrática, ela homenageia a vitima mas também o assassino. Porisso em Alagoa Grande sapo não canta na lagoa. S maldição não perdoa não.
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