O papa Francisco celebra hoje o 10º ano de seu pontificado. Alguns veículos de imprensa o entrevistaram ao longo dos últimos dias, a exemplo do jornal argentino ´La Nacion´, site Infobae, igualmente argentino, e a rede de TV suíça RSI.
Um resumo dessas entrevistas é o que APARTE reproduz a seguir.
“O celibato na Igreja ocidental é uma prescrição temporária: não sei se está resolvido de uma forma ou de outra, mas é provisório nesse sentido; não é eterno como a ordenação sacerdotal, que é para sempre, goste você ou não.
“Todos da Igreja oriental são casados. Ou quem quiser. Lá eles fazem uma escolha antes da ordenação: há a opção de se casar ou ser celibatário.
“Abrir as portas, isso quero muito. Abrir as portas e percorrer caminhos (…) Uma Igreja mais pastoral, mais justa, mais aberta. Devemos percorrer este caminho. Agora, a concretude disso é difícil (…) A Igreja não é uma casa somente para alguns, é para todos.
Seus antecessores
Paulo VI: “Um grande homem, um santo.
João Paulo I: “O pastor próximo que queria acabar com certas coisas que não estavam certas.
João Paulo II: “O grande evangelizador”.
Bento XVI
“Um homem corajoso. Foi o primeiro Papa a tratar oficialmente da questão dos abusos. Era um grande teólogo, mas era um homem que aceitava novos desafios. Sinto falta do Bento, porque era um companheiro”.
Ideologia de gênero
“(há) Uma distinção entre o trabalho pastoral com pessoas de diferentes orientações sexuais e a ideologia de gênero. São duas coisas diferentes. A ideologia de gênero, neste momento, é uma das colonizações ideológicas mais perigosas. Vai além da esfera sexual. Por que é perigosa? Porque dilui as diferenças, e a riqueza dos homens e das mulheres e de toda a humanidade é a tensão das diferelnças.
´Meus erros´
“Às vezes o sangue sobe à cabeça. Então se perde a paciência e, quando se perde a paz, se escorrega e se comete erros.
Grande amigo
“O cardeal (Cláudio) Hummes (ex-arcebispo de São Paulo). Até me emociono porque ele morreu há pouco tempo e eu gostava muito dele. Um grande homem, um grande homem. Um grande homem!
Está feliz?
“Sempre estive contente com meu ministério, mesmo nos momentos difíceis, de dificuldades que tive, porque tive que resolver problemas bastante espinhosos, ou ajudar a resolvê-los. Mas nada jamais me tirou minha paz interior. Essa felicidade. E se vê que as pessoas olham mais para mim agora, mas eu sempre fui assim. Acho que não mudei aqui (em Roma).
Terra natal
“Tenho um pouco de saudade de Buenos Aires porque não posso andar pelas ruas como fazia lá. Mas eu não saberia como quantificar a tranquilidade, a paz, a alegria interior que eu tenho.
Revelação
“Eu nunca usei telefone celular.
Últimas férias?
Em (o ano) 75 (…) Senti o gosto por um tipo diferente de férias. Ler mais, ouvir música, rezar mais, descansar mais. E acabei gostando desse estilo. E é o que sempre repito.
Sua rotina
“Às seis horas da manhã, celebro missa. Antes disso, rezo um pouco, e depois também rezo. Levanto às quatro horas, às cinco horas já estou rezando em meu quarto; às 5h50 vou à capela e lá celebro a missa. Geralmente sozinho ou com um padre que vem e me acompanha. E então o dia começa.
Chora muito?
“Sim, de vez em quando eu choro às escondidas.
Vai visitar a Argentina?
“Primeiro, a vontade de ir. Em segundo lugar, a conjuntura sociopolítica. Às vezes, a visita de um Papa pode ser usada, em todos os lugares. Ela não deve ser usada nem para um lado nem para o outro.
O que o levaria a renunciar?
“Um cansaço que não nos faz ver as coisas com clareza. A falta de clareza, de saber avaliar as situações. Até o problema físico, talvez. Eu sempre pergunto sobre isso e sigo os conselhos. Como estão as coisas? Você acha que devo… às pessoas que me conhecem, até mesmo alguns cardeais. E eles me dizem a verdade: continua está bom. Mas por favor: grite em tempo.
*com informações da coluna Aparte, assinada pelo jornalista Arimatéa Souza.
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