O físico também foi o fundador do Instituto de Física e Química da Universidade de São Paulo (USP).
Morreu na segunda-feira (31) o físico Sérgio Mascarenhas, aos 93 anos. O professor foi internado na última sexta-feira (28) no Hospital São Paulo, em Ribeirão Preto (SP), mas sofreu uma parada cardiorrespiratória no domingo (30) e acabou não resistindo. A informação foi confirmada pela neta dele, Sarah Mascarenhas.
Em São Carlos, criou o Instituto de Física e Química da Universidade de São Paulo (IFQSC/USP) e a Embrapa Instrumentação.
Além disso, também foi um dos idealizadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), onde criou o curso de Engenharia de Materiais, o primeiro na América Latina.
Mascarenhas foi velado no auditório que leva seu nome no Instituto de Física de São Carlos (IFSC), nesta terça-feira (1º). Em seguida, foi enterrado no Cemitério Nossa Senhora Carmo.
Carreira acadêmica
O Prof. Sérgio Mascarenhas possui graduação em Física pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (1952) e graduação em Química pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1951). Foi Professor Titular da Universidade de São Paulo, no Instituto de Física e Química de São Carlos. Professor visitante nas Universidades de Princeton, Harvard, MIT (EUA). Professor visitante na Universidade Nacional Autonoma e Centro de Estudios Avanzados (México). Professor visitante no Institute of Physical and Chemical Research (Japan). Professor visitante na London University (RU). Professor visitante no Inst. Center for Theoret. Physics Trieste e Univ.de Roma (Itália).
Fundou e dirigiu o IFSC/USP em 1971 e 1972. Fundou e dirigiu o Centro Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento de Instrumentação Agropecuária em São Carlos (EMBRAPA). Cooperou na fundação da Universidade Federal de São Carlos e na criação do curso de Engenharia de Materiais. Fundou e dirigiu o Fórum Unicamp (Universidade de Campinas).
Fundou e dirigiu a Fundação de Pesquisas Adib Jatene (Instituto Cardiologia Dante Pazzanese SP). Implantou e dirigiu cursos de biofísica e física médica no ICTP (Trieste, Itália) a convite do Premio Nobel Abdus Salam. Foi Coordenador de Projetos do Instituto de Estudos Avançados do IFSC/USP. Fundou e dirigiu o Programa Internacional de Estudos e Projetos para a América Latina no Instituto de Estudos Avançados da USP São Carlos.
Foi membro do Conselho Universitário da UNICAMP. Diretor do Programa "Educação e Ensino de Ciências para a América Latina Ford Foundation. Coordenador Geral da Rede de Inovação e Prospecção Tecnológica para o Agronegócio (RIPA)- Min. De Ci. E Tec. (MCT) e IEA-USP-São Carlos.
Recebeu os seguintes prêmios: Comendador da Ordem Nacional do Mérito Científico (Presidência da República); Gugemheim Award (EUA); Fullbright Award (EUA); Yamada Foundation Award (Japão); Professor Emérito do Instituto de Física e Química de São Carlos (IFQSC/USP); Professor Emérito da Universidade Nacional (México); Cátedra Honorária M. Vallarta (México Univ. Nac. Autonoma); Cidadão Honorário da cidade de São Carlos; Personalidade do Ano (Sindicato dos Engenheiros de São Paulo); Prof. Emérito, Conferido pela Congregação do IFSC/USP (1999); Prêmio de Mérito Científico, na classe de Grã-Cruz, outorgado pelo Excelentíssimo senhor Presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, em 15 de agosto de 2002. Prof. Honorário do Instituto de Estudos Avançados da USP, desde 14 de agosto de 2003. Peão da Tecnologia, homenagem da Fealtec, pela criação dos grupos de pesquisas pioneiros que resultaram no Polo de Alta Tecnologia de São Carlos (2003). Homenagem recebida no lançamento da Revista USP 70 Anos, em 18 de maio de 2006. Voto de Aplauso pelo Prêmio de Pesquisador Emérito do CNPq, pelo seu trabalho e pelo pioneirismo em favor da ciência brasileira, outorgado pelo Senado Federal, senador: Arthur Virgílio (2006). Fundação Conrado Wessel de Ciência e Cultura 2006, premiado na modalidade de Ciência Geral. Doutor "honoris causa" pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) (2012). Doutor "honoris causa" pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) (2013).
Com informações do IFSC/USP.
Nota de Pesar
É com muito pesar que comunicamos o falecimento do físico Sérgio
Mascarenhas de Oliveira, ocorrido ontem (31/05) aos 93 anos. Mascarenhas
teve um papel fundamental em vários aspectos e iniciativas para o
desenvolvimento da Ciência no Brasil.
Recebeu em 2019 o Prêmio Joaquim da Costa Ribeiro da Sociedade
Brasileira de Física, concedido anualmente a pesquisadores com
reconhecida contribuição ao longo de sua carreira para a Física da
Matéria Condensada e de Materiais no Brasil.
Publicamos abaixo um texto do professor Vanderlei Bagnato, diretor do
Instituto de Física da Universidade de São Paulo em São Carlos, onde
Mascarenhas passou grande parte de sua carreira.
A ciência Brasileira esta de luto
Estamos em profunda tristeza, perdemos um de nossos membros mais
expressivos e responsável por grandes avanços da física brasileira.
Fundador do Instituto de Física de São Carlos, da unidade Embrapa de
Instrumentação, mentor sempre motivado e motivando, grande conhecedor
das necessidades científicas do país usou todos os momentos de sua vida
para ser útil. Incansável e desbravador propôs ideias e elevou a
ciências brasileiras através de seus feitos e relacionamentos com o
exterior. Formou inúmeras pessoas que acabaram sendo fundamentais no
desenvolvimento do país. Foi inovador desde o início, mesmo antes de
falarmos sobre isto, já usava o conhecimento científico como ferramenta
essencial para o desenvolvimento. Fundamental em propostas a nível
nacional, sempre foi admirado e nunca mediu esforços para mudar o
panorama brasileiro. Inconformado com a grande desigualdade social no
Brasil, lutou sempre para que a ciência fosse o veículo da mudança de
nosso país
Tristes, temos que continuar a caminhada traçada pelo Prof. Sergio
Mascarenhas, esta é a forma de tornarmos imortal este grande cientista.
Vanderlei S. Bagnato, diretor do IFSC
Blog rafaelrag/informações da SBF e acidadeon.com
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