O tradicional Clube 31, cartão postal da cidade de Alagoa Grande, foi atingido somente uma parte de sua lateral, mas o ex-prefeito Bôda, o deputado Bosco Júnior e demais membros da comissão de reconstrução de Alagoa Grande autorizaram a sua destruição, prometendo um novo prédio e até hoje não foi construído. No final desta postagem veja o excelente trabalho da produção de um vídeo gravado por William Ramalho, entrevistou o ex-prefeito Bôda, vereador Deda Ribeiro e Silva do bar.
Veja o vídeo
A barragem de .Camará, construída no leito do rio Riachão, em Alagoa Nova, inaugurada em 2002, para beneficiar mais de 150 mil pessoas foi reconstruída pelo governador Ricardo Coutinho e entregue no final de seu governo com o nome de Nova Camará. A população de Alagoa Grande não aceitou e pediu a construção da barragem de Pitombeira, que foi construída pelo governador Ricardo Coutinho com o apoio também do deputado Bosco Júnior, substituindo o pequeno reservatória de Serra Grande, construído na década de 40 do Século passado. Esse ano foi dado a ordem de serviço pelo governador João Azevêdo da construção de uma adutora para esta barragem, que está abastecendo a população do município de Alagoa Grande com a água de melhor qualidade da Paraíba.
O arrombamento da barragem de Camará ocorreu em 17 de junho de 2004, 3o. ano do segundo mandato do ex-prefeito Bôda. O reservatório tinha a capacidade 25 milhões de metros cúbicos e no dia do rompimento tinha 17 milhões de metros cúbicos, aproximadamente 67% de sua capacidade máxima.
Beto e Toinho da Bomboniere, em frente a prefeitura de Alagoa Grande.
Há muitos descasos com o pagamento das indenizações de vítimas da tragédia de Camará. Por exemplo, o Toinho da Bomboniery, em frente a prefeitura municipal, perdeu duas freezers e R$ 700,00 em mercadorias. Ele entregou os documentos e até hoje não recebeu resposta.
Aposentada Nilza Ferreira vítima da tragédia de Camará
A reconstrução da casa pelo Estado não foi suficiente para acalmar os ânimos da aposentada Nilza Ferreira, 73. Passados 16 anos desde que a barragem de Camará se rompeu e inundou o município de Alagoa Grande e outras quatro cidades do interior da Paraíba, ela ainda aguarda o pagamento da indenização.
Quando a barragem se rompeu, na noite de 17 de junho de 2004, parte de Alagoa Grande foi levada pela lama. Casas, móveis, animais. Cinco pessoas de Alagoa Grande morreram e 3.000 ficaram desabrigadas. Para Nilza, relembrar Camará é sinônimo de sofrimento, de choro, de mãos trêmulas. "Não gosto nem de pensar. Depois que refizeram a barragem perdi o sossego novamente. Tem noite que não durmo temendo uma nova tragédia", declarou.
Ficam as perguntas por que o Senador Cássio nada fez como senador pelas vítimas de Camará das cidades de Mulumgu e Alagoa Grande? Por que o senador Maranhão e os deputados que tiveram votos de eleitores de ambos municípios atingidos nada fizeram para resolver as questões pendentes até hoje? Por que esses deputados ainda têm apoio de lideranças políticas de Alagoa Grande? O povo agora tem a água vinda da barragem de Pitombeira recém construída pelo governador Ricardo, que está concluindo também a construção da barragem Nova Camará.
Indenizações na Justiça
Muitas vítimas de Camará, ainda estão sem receber suas indenizações e alguns receberam até demais. A lagoa Paó, cartão postal de Alagoa Grande, está cheia de materiais depositadas pela enchente provocada com o arrombamento da barragem de Camará. O ex-vice-prefeito Josildo Oliveira formou um grupo de vítimas e deu entrada na justiça. Aqueles que conseguiram ainda não receberam o pagamento das indenizações, devido a ordem de precatório seguida pelo governo do estado. Informou o advogado Antônio Calixto.
Algumas pessoas foram indenizadas sem precisar entrar na justiça. Acontece que teve gente beneficiada com indenizações sem ter tido grande prejuízo. O deputado Bosco Júnior, em seu primeiro mandato foi o presidente da CPI da Tragédia de Camará.
Professor Rafael Avisou que a Barragem de Camará Estourou
Na época o professor Rafael Rodrigues estava chegando da rádio cultura de Guarabira e acreditou desde o início que seria uma grande tragédia, onde tinha participado com Bibiu do Jatobá do programa de rádio ao lado do deputado Bosco Júnior. Este seguiu para João Pessoa.
O professor Rafael que acreditou a possibilidade da tragédia. foi um dos poucos alagoagrandenses que avisou a várias pessoas e conseguiram tirar os seus principais pertences e alguns ficaram nas suas residências pensando que a enchente seria pequena. A água entrou em sua casa também, na rua sete de setembro, 34, mas ele conseguiu colocar quase todos os objetos no 1o. andar, ficando prejudicado somente o motor da geladeira e um guarda-roupa.
O professor Rafael passou 4 vezes na casa do prefeito Bôda, querendo avisá-lo e ele não estava em casa nem na prefeitura. Ele após percorrer a rua do Rio, passava em frente a câmara de vereadores, teatro Santa Ignêz, casa do prefeito Bôda e voltava para a Rua do Rio. Na quarta vez, que o professor Rafael chegou quase em frente a casa de Penha e seu ex-esposo professor Nival Sobral(em memória), um grande volume de água estava chegando na rua do Rio. O professor Nivaldo estava encostado na parede pensando que seria uma pequena enchente e não deu mais tempo retirar os seus pertences. As vacas e bois que estavam em Nal Barriga foram retirados desde o primeiro aviso.
Muitos moradores colocaram os seus pertences na ladeira do antigo Colégio das Freiras(Tiro de Guerra). O professor Rafael retirou a sua família de casa e saiu nadando passando ao chegar em frente a prefeitura de Alagoa Grande, ele foi entrevistado pela TV Record. O repórter perguntou você sabe dizer se a barragem estava cheia? O professor Rafael respondeu que se a barragem estivesse cheia teria destruído totalmente o centro da cidade. No dia seguinte foi informado na imprensa de que a barragem estava com aproximadamente 67% de sua capacidade máxima.
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Centro da cidade de Alagoa Grande
Através das lentes de minha câmera, os retratos de uma triste história. Rompimento da Barragem de Camará (17/06/2004, em Alagoa Grande/PB). "Uma triste história, que deixou uma ferida aberta em nossa terra." Paulo Wanderley.
Veja o vídeo gravado por William Ramalho, entrevistou o ex-prefeito Bôda, vereador Deda Ribeiro e Silva do bar.
Casa de Zé Pimbeta, ao lado da Ponte de saída para a cidade de Areia. A enchente levou os belos arcos da ponte, que foi reconstruída sem os mesmos.
Música de Matruz com Leite, sugerida por Deusemar Chaves, para recordar a destruição do Clubee 31 de Alagoa Grande, em 17 de junho de 2004 e ainda não cumpriram com a promessa construir um novo prédio. O povo foi iludido. O povo não é bobo mais cultura para o povo. Escute a linda música de Matruz com Leite-Meio dia.
Blog rafaelrag
Parabéns Rafael.pela excelente matéria jornalistica. Você mesmo vítima ilustre da tragédia. Parabenizo o jovem competente William pelo vídeo. Em Alagoa Grande terra natal ingrata Santo de casa não faz milagre. Nem mesmo e reconhecido.
ResponderExcluirObrigado, amigo Martinho Ramalho.
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