terça-feira, 28 de novembro de 2017

Palestra sobre reforma do Ensino Médio marca abertura da 3ª Semana de Educação para a Ciência no CCTS


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A 3ª edição da Semana de Educação para a Ciência (SEMEC), realizada pelo Centro de Ciências, Tecnologia e Saúde (CCTS) da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), Campus Araruna, foi aberta ontem segunda-feira (27 de novembro) com uma palestra sobre a Lei 13.415/2017, que trata sobre reforma do Ensino Médio, proposta pelo Governo Federal. O tema foi abordado pelo professor da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Luiz de Sousa Júnior, que apresentou a medida e apontou suas aplicações na formação dos jovens brasileiros.

De acordo com Luiz de Sousa, no conjunto geral da proposta, a situação é muito complicada. Ele abordou o assunto sob o seguinte tema: “A contrarreforma do Ensino Médio: dualismo educacional e assepsia curricular”, destacando o cenário vivenciado pelo Brasil no que diz respeito também às reformas trabalhistas, da previdência, bem como do congelamento dos gastos, além da terceirização e privatização das políticas sociais.
“O conceito de contrarreforma é uma reforma que desfaz sem construir nada de positivo neste lugar. É uma contrarreforma regressiva essa do Ensino Médio, já que o dualismo educacional proposto retoma a ideia que vem dos anos de 1940. Já a assepsia curricular apresenta uma flexibilização que está se discutindo muito atualmente em todos os setores, mas, na verdade, traz muito da proposta de limpar as disciplinas que não são utilitaristas, já que o que o governo quer é que fiquem apenas as disciplinas básicas”, introduziu o professor.
Durante sua explanação, o palestrante ainda ressaltou que é preciso entender todo o conjunto das reformas propostas pelo Governo Federal, para que se tenha uma ideia real dos prejuízos que essas mudanças trarão, principalmente no processo de formação educacional dos jovens brasileiros. “Nesse momento, temos um governo que está desconstruindo tudo aquilo que significou em algum momento a ideia de bem-estar social. A Constituição de 1988 aponta para esse sentido, mas hoje temos um desmonte disso e, mais ainda, estamos retroagindo em coisas positivas que foram conquistas há mais de 70 anos”, acrescentou Luiz Sousa.
O vice-reitor da UEPB, professor Flávio Romero Guimarães, que participou da mesa de abertura da 3ª SEMEC, valorizou a realização do evento e fez questão de destacar que a Reforma do Ensino Médio foi proposta pelo governo através de um instrumento pouco apropriado para se lançar uma mudança na Educação, que foi através de Medida Provisória, pouco tempo depois da configuração do Plano Nacional de Educação (PNE) de 2014. “Essa proposta de reforma teve quase que uma unanimidade de rejeição dos estudiosos, não somente pelo conteúdo, mas também pela forma”, destacou Flávio.
Flávio ainda afirmou que essa proposta caminha em sentido contrário com o que estava em construção no país, uma vez que, segundo ele, qualquer reforma tem uma intencionalidade que representa uma ideologia que está por trás de quem a propõe. “Ao se discutir esse tema, vamos perceber o tamanho de nosso desafio. Não se pode fortalecer o Ensino Médio profissionalizante, ou estimulá-lo, a despeito do enfraquecimento do Ensino Médio regular, notadamente o noturno. São situações que precisam ser redefinidas para que não tornemos o Ensino Médio mais excludente”, afirmou o vice-reitor da UEPB.
3ª SEMEC envolve estudantes de graduação e pós-graduação
Iniciada ontem, segunda (27), a 3ª edição da Semana de Educação para a Ciência (SEMEC) se estende até a próxima sexta-feira (1º) com várias atividades no CCTS, durante os turnos da manhã e tarde. Dentro da programação estão 20 minicursos, 10 oficinas, 13 conferências, uma mesa redonda, além das apresentações de comunicações orais e painéis de estudantes de graduação e pós-graduação do Câmpus VIII.
De acordo com o pró-reitor adjunto de Graduação da UEPB e coordenador da SEMEC, professor Altamir Souto Dias, mais de 160 alunos realizaram inscrição em um evento que tem como finalidade estimular a pesquisa e a qualificação da formação dos estudantes. “Nosso evento é bianual e tem como objetivo discutir temas importante para a formação desses alunos”, disse Altamir Souto.
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O diretor do CCTS, professor Manuel Antonio Gordón Núñez, destacou o momento que estas discussões estão ocorrendo, uma vez que as reformas que estão sendo implantadas colocam a educação como um produto de barganha. “Ao longo dessa semana vamos aproveitar para discutir todas essas questões. Dentro da sala de aula nós podemos fazer o nosso papel de combater aquilo que não está certo, que postura eu devo ter a frente dessas reformas, por isso a participação de todos é fundamental”, frisou o professor Gordón.
A aluna do 5º período do curso de Física, Ísis Flávia Gomes, disse estar entusiasmada em participar do evento por ele ter uma programação vasta e diversificada, tanto para os alunos que têm foco na formação da seguir a docência, bem como para aqueles que aspiram a carreira de pesquisa. “A variedade de minicursos e conferências nos deixou muito satisfeitos, porque contemplou nossas perspectivas, tanto para quem está focado em ser professor, como também na área de pesquisa”, salientou a jovem.
A programação da 3ª SEMEC segue com a realização dos minicursos nos turnos da manhã e tarde, bem como as conferências e mesas redondas. Serão realizadas na quarta-feira (29) aulas de campo e apresentações culturais nas dependências doCcâmpus VIII. A conferência de encerramento está marcada para a sexta-feira (1º), às 14h30.
Texto e fotos: Givaldo Cavalcanti

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