sexta-feira, 11 de março de 2022

HOMENAGEM A UMA PROFESSORA NO DIA INTERNACIONAL DA MULHER




Por Martinho Ramalho

No dia internacional da mulher, no último dia 8 de março,  a que melhor a representa é a professora que nos dá a vida, a luz do saber e nos guia na caminhada da vida , cheia de rosas e de espinhos.
A vida lhe impõe uma tripla jornada de trabalho, no lar, da educação dos filhos e na época moderna, no trabalho.
Professora dos seus filhos, dos filhos dos outros, mal-remunerada e ainda para completar não tem o reconhecimento da sociedade politica.
Todo politico já teve na vida uma professora, mas todo nem todo politico reconhece o valor que a professora tem na nossa vida e na sociedade. Pelo menos o nome de uma rua ou de uma escola para preservar a sua memória.
Nascida e educada em Alagoa Grande, na casa situada na balaustrada da rua Apolônio Zenaide, 661, num lar onde coexistiam um pai músico(José Ramalho de Lima), maestro da Banda de Música Municipal, jornalista, advogado e poeta bissexto, e uma mãe professora, jornalista, pianista, compositora e poetisa;
Elizabeth Leite Ramalho Lima ( nome de solteira) estudou no Colégio de Freiras das Irmães Dorotéias, Colégio de Nossa Senhora do Rosário e concluiu o Curso Normal, se preparando para ser professora. Mas ao casar teve uma mudança brusca de vida. Saiu da cidade, de um meio intelectual e foi morar num ambiente rude, isolado da vida urbana, no sítio “ Jacu de Cima”, herdado pelo seu esposo do pai Manoel Teotonio.. O sitio ficava a 7 Km do centro da cidade, e não tinha água encanada, energia elétrica, e nenhuma comunidade próxima com escola ou hospital.
Vivendo em condições precárias, no início da vida de casada, ela, professora normalista sobrevivia com o marido no regime da agricultura familiar. Criavam o gado, plantavam agave e faziam roçados.
Ela ajudava o marido na roça, ele cavava o buraco e ela jogava a semente. Além do serviço doméstico, ela ajudava o marido na agricultura. 4 dos seus filhos, morreram neste período antes de completarem 1 ano de idade, devido as precárias condições de vida.
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Ela havia tido uma educação no Colégio Nossa Senhora do Rosário, onde aprendera francês e música e agora vivia num mundo diferente. A custa de muita economia, conseguiram comprar uma casa, em 1956, no centro da cidade de Alagoa Grande, na rua Olinda,563, para onde se mudaram. Sendo que 4 filhos nasceram na casa da rua Olinda (Martinho, Maria das Mercês, Bernardina e Emanuel). Na cidade, criava e educava os filhos e ao mesmo tempo lecionava no Grupo Escolar Apolônio Zenaide.
Sobrevivia com o baixo salário de professora, ajudado pelo esposo, que não tinha renda fixa e que vivia com o que a propriedade rural produzisse. Mesmo assim, ela conseguiu criar e educar para a vida os 7 filhos sobreviventes (Valdir, economista da Fundação Getúlio Vargas; Verônica, Bibliotecária e Servidora Pública do Estado de Rondônia; Dilermando, Engenheiro Eletricista, Martinho, Engenheiro Agrônomo e Bacharel em Direito, Servidor Público Federal; Maria das Mercês, Licenciada em Geografia, psicóloga e ex-professora do Estado; Bernardina, Licenciada em Geografia, assistente social e ex-professora do Estado e Emanuel, agricultor).
Elizabeth faleceu em 07 de novembro de 1991, de diabetes, deixando uma descendência de 7 filhos e 9 netos. Ela , como milhões de mulheres brasileiras, neste dia internacional da mulher foi uma das brasileiras que reservo o título de heroínas anônimas.
Blog rafaelrag

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