quinta-feira, 3 de maio de 2012

PROFESSOR DR. WILSON CURI DA UFCG SOFRE UM ACIDENTE EM SEU CARRO QUE TEVE PERDA TOTAL

AO NARRAR O ACIDENTE O PROFESSOR WILSON FAZ UMA IMPORTANTE REFLEXÃO PARA QUEM DEIXA O SEU AMBIENTE DE TRABALHO


A gente, normalmente, alega que não tem tempo, principalmente, quando
dedicamos ao nosso trabalho.  Lamentavelmente, aprendi uma lição da pior
forma possível.  O bom é que, ainda, estou podendo compartilhar o que
penso com vocês.

Errei, apesar de minha esposa me recomendar a formalizar o pedido de
afastamento.  Motivos teria muitos, mas, vejo hoje, que nenhum deles
justificaria minha atitude.

Mesmo depois de velho agimos como crianças, pensando que somos imortais.
Ledo engano.  Vejam o que ocorreu comigo.

Na sexta-feira, 27 de abril,  participei de uma banca examinadora na UFCG e na
quarta-feira desta semana tinha que participar como examinador externo de
outra defesa de tese em Recife, pela UFPE.  Obviamente, ainda tendo que
corrigir os trabalhos de alunos de mestrado e doutorado que estão
terminando de escrever suas pesquisas, corrigir artigos, etc., tendo que
trabalhar até nos fins de semana para dar conta do recado.

Na quarta-feira fui a Recife, em meu carro, sem receber diária (pois ainda
existia uma pendencia de diárias anteriores que nem sabia existir), mas
com muita boa vontade, para participar da defesa de tese de um aluno de
Engenharia de Produção.  Na volta, apesar de não ter participado de
nenhuma comemoração e não ter bebido uma unica gota de bebida alcoólica,
deparei, no Km 27 da BR101, em Pernambuco, com uma chuva pesada, da qual o
carro acquaplanou.  Para meu azar, ao lado do acostamento tinha uma vala
com mais de 2 metros de altura, por onde o carro desceu tangenciando.
Para, ainda, fazer valer a lei de Murphy, na lateral da vala tinha um
sulco profundo.  Obviamente o carro desceu resvalando a lateral da vala e
bateu com a frente no sulco vindo a capotar.  Tudo foi muito rápido,
capotou, desvirou, se arrastou pelo lado do motorista, desvirou e acabou
em 'pé' como se quisesse subir do outro lado da vala. O carro praticamente
acabou e muito provavelmente dará como perda total.

Somente sofri uma pancada no antebraço, da qual estou me recuperando, e
pequenos cortes no cotovelo.  Descobri depois que ainda tinha levado uma
pequena pancada na cabeça, mas sem gravidade.

Segundo os próprios policiais da Policia Rodoviária Federal, de quem tive
a maior assistência e, posso até dizer, um tratamento com muito carinho,
alegaram que tive muito sorte devido a resistência da lataria do carro que
estava dirigindo.

Passado o susto e voltando a pensar sobre o assunto, imaginei se tivesse
acontecido o pior. Apesar de estar a trabalho e, pior, arcando com toda a
despesa e risco, 'ninguem' sabia.  O que ocorreria se fosse fatal?

Fiquei imaginando: Por amor a profissão tomamos atitudes que podem nos
prejudicar seriamente (Graças a Deus sai desta com vida, mas com um
prejuízo financeiro enorme).  Apesar de sermos mal pagos, de não termos
suporte financeiro decente, disponibilização de transporte e 'proteção'
para participar de bancas examinadoras em outras localidades, nos
arriscamos (e muito) ao tentar fazer o melhor em nosso trabalho.

Portanto, se, hoje, pudesse dar um conselho o mesmo seria: "Se for
participar de qualquer atividade fora de seu ambiente natural de trabalho
- bancas examinadoras, congressos, viagens de campo, etc. - favor pedir
afastamento e todo o encaminhamento necessário para lhe dar cobertura
(transporte, proteção e cobertura de custos).  Amor ao trabalho sim,
prejuízos pessoais de saúde e materiais não. Façam valer os seus direitos.

Att.

Wilson Curi


Blog rafaelrag
Ciências e educação

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