Adendo do blog rafaelrag. Naquela época do desmembramento da UFPB em UFCG e UFPB, eu estava fazendo um estágio de pós-doutorado em Física Quântica no CBPF, na Urca, Rio de Janeiro, quando orientei a minha primeira dissertação de mestrado e participei da banca examinadora. Parabéns, para a UFCG.
Há exatos 12 anos, no dia 9 de abril de 2002, foi criada a Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), uma instituição que se destaca cada vez mais pela excelência acadêmica e por sua importância para inclusão social na região. Uma universidade moldada para os desafios do futuro, mas que também preserva o passado.
São dois os museus atualmente mantidos pela instituição: o Museu do Homem do Curimataú (MHC), em Cuité, e o Museu Interativo do Semiárido (MISA), no campus de Campina Grande. No MHC, a ideia é conhecer para preservar. Além do acervo com objetos, fósseis, livros, fotografias e artefatos que fizeram parte do cotidiano do homem do Curimataú, o museu tenta despertar nos moradores a percepção do que é patrimônio cultural, através de tardes de música, poesia, fotos e árvores genealógicas.
“Através destes encontros nós conseguimos fazer com os que os moradores desta região começassem a ter a percepção de que até uma carta é um patrimônio. Parte do acervo que temos aqui hoje já é fruto da doação destes moradores, que já entenderam que é preciso conhecer, preservar e repassar para as futuras gerações os costumes e tradições da nossa região. Isso também é preservar a cidadania dessa comunidade”, explica o coordenador do museu, Israel Araújo.
Criado em 11 de março de 2010, o MHC vem ao longo destes dois anos realizando ações que envolvem a comunidade, os alunos e professores da universidade, através de mostras de Biologia, espaço farmacológico, sábado no Museu, cursos de xilogravura, palestras, exposições fotográficas e ações de resgate do patrimônio cultural imaterial.
“Com a participação da comunidade no projeto Sábado no Museu nós conseguimos resgatar os antigos carnavais cuiteenses. Isto incentivou o retorno do carnaval de rua neste ano de 2012, além de outras ações como a barraca do museu que vai aos eventos da cidade como o São João, Festa da Padroeira, entre outros”, comemora Araújo.
O museu também trabalha a parte motivacional e artística dos alunos, servidores e professores do Centro de Educação e Saúde (CES). A Orquestra Chic Xique é fruto deste trabalho e hoje se apresenta nas colações de grau do CES e já participa de eventos da comunidade levando um repertório variado, possibilitando acesso a música instrumental a todos os seus ouvintes.
É com este objetivo, de valorizar a identidade regional e potencializar o ensino-aprendizagem da universidade e escolas localizadas no seu entorno, que o Museu do Homem do Curimataú vem cumprindo a sua função de gerar conhecimento através do resgate e da produção da memória regional e promovendo a inclusão dos cidadãos no processo de desenvolvimento humano.
MISA
Quem visita o campus sede tem a oportunidade de conhecer um pouco do Semiárido Brasileiro. Criado em 2007, o Museu Interativo do Semiárido (MISA), através da sua Exposição “Viver e Compreender”, se configura como um elemento primordial para transmitir, itinerante e permanentemente, os traços fundamentais do Semiárido.
O MISA é uma das principais atividades do Programa de Estudos e Ações Para o Semiárido (PEASA) da UFCG e seu acervo conta com belos painéis explicativos, peças em barro, madeira, roupas de couro, cancioneiro popular, utensílios domésticos e de trabalho do homem do campo que mexem com o imaginário social, remetendo aos ambientes bucólicos da caatinga.
A tônica de “Viver e Compreender” permite uma viagem onde os visitantes vislumbram a beleza do ambiente semiárido como uma área onde, apesar de circunstâncias difíceis, o homem aprendeu a conviver harmoniosamente com a natureza e seus aspectos particulares.
A maior parte do público que visita o Museu do Semiárido é formada por estudantes em busca de ampliar seus conhecimentos sobre a região semiárida. São oriundos de várias partes da Paraíba e de outros estados circunvizinhos. Nas visitas, eles são recebidos pelo curador do museu, o professor Daniel Duarte, doutor em Recursos Naturais e grande conhecedor do Semiárido.
Além da exposição permanente e itinerante, uma das ações do Museu é trabalhar a educação
contextualizada com o público, através de palestras, oficinas e concursos, a exemplo do Concurso de Fotografias “Revelando as Belezas do Semiárido” e do Concurso de Redação e Artigo Científico “Expedição do Semiárido”.
O prêmio para o professor e o aluno vencedores do Concurso Expedição do Semiárido é uma viagem, de uma semana, durante o mês de julho, por vários municípios localizados na região semiárida dos Estados da Paraíba, de Pernambuco, do Rio Grande do Norte e do Ceará. O objetivo é levar estudantes e professores a vivenciarem a realidade do nosso Semiárido. Mais de 120 pessoas, entre alunos e professores de várias escolas da rede pública e privada da Paraíba e universitários, já participaram da expedição.
“O concurso de redação e artigo científico tem como finalidade estimular o conhecimento sobre a região do Semiárido, no intuito de se combater a premissa de que a mesma é sempre uma “região-problema”, quando na verdade apresenta recursos ambientais, sociais, antropológicos, históricos, econômicos e culturais singulares e potenciais que muito contribuíram e contribuem para a formação da população paraibana e fortalecimento do estado”, explica o professor Daniel Duarte.
Blog rafaelrag com Ascom/UFCG - 09.04.14
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