Crimes ocorreram em uma região rural de Crato, no Ceará. A mãe sabia das agressões desde 2016, mas elas tinham medo de possíveis represálias dos agressores
A Polícia Civil de Crato (CE) fez uma operação na manhã desta sexta-feira (1º/3) e prendeu seis homens, apontados como autores de estupros cometidos contra uma adolescente nos últimos 10 anos. Os tios e um tio-avô da jovem, hoje com 17 anos, foram detidos, acusados de abusar da agredir sexualmente a garota. Segundo a denúncia, a vítima tinha 7 anos quando começaram os ataques.
As investigações corriam em segredo de Justiça desde a segunda quinzena de dezembro de 2018. Os policiais contaram ao Correio que os suspeitos trocavam mensagens, detalhando entre si sobre os abusos cometidos.
Kamila Brito, delegada titular da Delegacia de Defesa da Mulher de Crato, contou à reportagem que os abusos começaram quando o pai da vítima morreu. A família mora em uma região rural do município, em um sítio, em pequenas casas separadas. Tanto a vítima quanto a mãe disseram não ter procurado a polícia antes por medo de uma represália. A mãe da jovem disse aos investigadores que sabia dos abusos desde 2016.
"Recebemos uma denúncia anônima no fim do ano passado. Chegou pelo disque 100. Quando chegou à minha mesa e eu vi, fiquei perplexa. Tenho 10 anos de polícia e nunca vi nada assim. Pedi para alguns agentes que trabalham comigo irem ao local, colher informação. Lá, eles encontraram a vítima. Ela disse que a história era toda verdadeira e que ela mesma tinha feito a denúncia", narrou.
A jovem passará por atendimento no Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) e no Centro de Referência da Mulher. As instituições, segundo Kamila, fornecerão atendimento psicológico e providenciarão um local para ela viver a partir de agora.
Duas primas da jovem também contaram à polícia que, quando mais novas, tinham sido levadas pelo tio avô, que hoje tem 84 anos, para uma construção abandonada. Lá, o idoso teria molestado as garotas. Dos seis suspeitos detidos, somente um confessou ter cometido o crime.
Até a última atualização desta reportagem, um suspeito continuava foragido. Segundo a delegada responsável pelo caso, ele é considerado o mais agressivo dos irmãos. A polícia não divulgou o nome dos suspeitos para não expor as vítimas. Os agressores responderão por estupro coletivo de vulnerável.
(Luiz Calcagno - Correio Braziliense)
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