sábado, 28 de outubro de 2017

Garota de 16 anos coleciona mais de 30 prêmios em olimpíadas estudantis



"Física é o meu forte, é o que eu estudo há mais tempo, tenho facilidade. Em julho participei de um torneio para jovens físicos, na Alemanha. Minha equipe ganhou bronze, ficamos em 10º lugar, foi a melhor colocação do Brasil em seis anos", diz. 

A estudante gaúcha Liara Guinsberg, de 16 anos, acumula em sua casa mais de 30 medalhas de diversas disciplinas em olimpíadas estudantis. Ela começou a participar das competições de conhecimento no 7º ano do ensino fundamental, e agora, cinco anos depois, já perdeu a conta exata das conquistas. Os prêmios vêm de olimpíadas de matemática, química, biologia, astronomia, informática, e principalmente, física, seu forte, realizadas dentro e fora do Brasil. A medalha mais recente é uma de bronze, que Liara trouxe de Granada, na Espanha, onde disputou a Olimpíada Ibero-americana de Física, no mês de setembro.

Nestes anos como "atleta", Liara viajou para Nigéria, África do Sul, Argentina, Singapura, além de Espanha e Alemanha. O próximo desafio é garantir uma vaga na equipe que vai para Rússia, em julho do ano que vem, disputar a Olimpíada Internacional de Física. Liara ainda precisa fazer a seletiva.

Participar dessas competições para Liara significa conhecer culturas diferentes, fazer amigos e se aprofundar em disciplinas que gosta, já que os conteúdos abordados nestas competições são de nível superior. O ambiente das disputas formado quase exclusivamente por meninos, não assusta a campeã. "As meninas são raras, mas quando aparecem é porque estão firmes. Mas eu acho que é só uma questão de tempo para os números se igualarem."

É por prazer também que encara uma rotina pesada de estudos. De manhã cursa o ensino médio regular, no Colégio Objetivo, à tarde participa dos treinos para as olimpíadas. Aos sábados também vai para a escola. Descanso mesmo só aos domingos, quando gosta de ver os amigos e caminhar.
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Carreira em direito

Liara nasceu em Passo Fundo (RS), mas mudou-se para São Paulo ainda na infância. É a filha única de uma dona de casa e um auditor. No fim deste ano vai prestar vestibular como treineira no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), conhecido por ter a seleção mais difícil do Brasil. 

As provas, no entanto, serão apenas um treino para Liara que não pensa em seguir carreira na área de exatas. A garota já cogitou biologia, mas como queria trabalhar com pesquisa e considera escasso o mercado no Brasil, decidiu-se por direito, na Universidade de São Paulo (USP).

Na contramão dos garotos que costumam participar de olimpíadas, Liara nunca pensou em fazer faculdade fora do país. Ela diz que as despesas seriam um problema, já que as bolsas de estudo são distribuídas por necessidade, não por mérito. Além disso, como as universidades americanas não exigem que o estudante escolha a graduação até os dois primeiros anos e oferecem uma gama variada de disciplinas, Liara acredita que "ficaria perdida."

Até chegar à universidade e mesmo durante o curso superior, a garota pretende continuar disputando as olimpíadas aumentando a coleção de prêmios pessoais e a do Brasil.

Blog raferalg com G1PB

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