Alexandra Nascimento comemora na vitória sobre a Argentina - Cinara Piccolo / Photo&grafia/Divulgação
TORONTO, Canadá - Basta haver um Brasil x Argentina, em qualquer modalidade, para que as torcidas cantem e agitem bandeiras, os corações se acelerem, a pressão arterial se eleve, mãos fiquem suando frio e até estádios ou arenas tremam. Pode ser assim no Rio, em Buenos Aires, em São Paulo ou em Rosário. Em qualquer dos dois países, ou mesmo em uma cidade neutra, como a de Toronto, no Canadá, onde a seleção brasileira feminina de handebol superou a Argentina por 25 a 20, assegurando o pentacampeonato nos Jogos Pan-Americanos. Campeã mundial em 2013, a equipe brasileira venceu o torneio feminino de handebol em Winnipeg-1999, Santo Domingo-2003, Rio-2007, Guadalajara-2011 e Toronto-2015.
Foi mesmo uma final de abalar corações e estruturas de arenas, em especial na primeira metade das ações. Apesar do favoritismo das brasileiras, foram as argentinas quem começaram melhor. Mais ligadas na defesa, contando com a bola goleira Valentina Kogan, e perigosas nos contra-ataques, elas deixavam claro que haviam estudado detalhadamente o Brasil. Tirando proveito disso, abriram 4 a 1 e 6 a 2, antes de o técnico do Brasil, Morten Soubak, pedir tempo. Mesmo após as instruções e broncas do treinador, a equipe parecia não se encontrar e tinha muita dificuldade em penetrar na linha de marcação adversária.
A Argentina chegou aos 8 a 5, e foi a vez de seu técnico, Eduardo Peruchena, parar a partida para dar instruções. Liderado por Alexandra Nascimento, o Brasil igualou em 8 a 8, em gol de Amanda Andrade, aos 19 minutos, e passou à frente em 10 a 9, com tamires, aos 22 minutos do primeiro tempo. Foi a únia oportunidade em que a seleção verde e amarela se viu liderando a contagem. Após igualar em 10 a 10, a Argentina fez 12 a 11, mas o Brasil empatou em 12 a 12, no fizinho da primeira etapa.
A equipe azul e branca retornou primeiro à quadra após intervalo, já que seu treinador deve ter ficado satisfeito com o desempenho tático de seu time. Já o treinador brasileiro levou mais tempo motivando a equipe e corrigindo suas falhas. Reiniciado o jogo, entrou em quadra um novo Brasil, o do campeonato mundial. Intransponível na defesa, a seleção campeã mundial soltou seu jogo, com Ana Paula distribuindo bem a bola e Alexandra Nascimento, Deonise e Fernanda concluindo com acerto. O Brasil chegou aos 19 a 12, com 8 minutos da segunda etapa da decisão, mesmo depois de o time rival ter pedido tempo.
Não é que a Argentina tenha desistido de lutar. Correu e se doou muito. Mas com a defesa, criação e ataque funcionando bem, o Brasil era muito superior. Não dava oportunidades às adversárias. Com 15 minutos de segundo tempo, a equipe argentina seguia zerada nessa etapa, parando nas mãos da goleira Mayssa. A comissão técnica pediu tempo, mas o que se via era um show de samba diante do tango. Aos 48 da segunda etapa, o Brasil já ganhava por 22 a 12. A seleção da Argentina só saiu do zero aos 19m38s do segundo tempo, quando Ele Karsten marcou. Àquela altura, com o placar em 23 a 13, o pentacampeonato já estava encaminhado em favor do Brasil, e só faltava a cerimônia de entrega de medalhas.
Blog rafaelrag com Claúdio Nogueira, enviado especial do globo
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