Sabe-se que campos magnéticos exercem forças sobre partículas
carregadas em movimento. É possível usar o magnetismo para curvar o
percurso de um próton, que tem carga positiva. Isso é feito por exemplo
em aceleradores - no LHC (Large Hadron Collider) usa-se magnetos
supercondutores para controlar a trajetória dos feixes de prótons que
colidem. Contudo, quando as partículas em questão não têm carga, como é o
caso dos fótons, os componentes básicos da luz, não se espera que
campos magnéticos produzam qualquer efeito.
Agora, um novo experimento realizado na Universidade Cornell, nos
Estados Unidos, com participação brasileira, mostrou que nem sempre é
assim que os fótons se comportam. Em trabalho publicado na "Nature
Photonics" em 3 de agosto, são verificados efeitos produzidos por campos
magnéticos em fótons.
Os autores se basearam em previsões teóricas recentes de que, em
condições muito especiais, seria possível produzir efeitos de
interferência sobre a luz através de campos magnéticos. O trabalho, que
contou com a participação de Paulo Nussenzveig, da USP-SP, usou um
interferômetro construído num chip de silício para detectar o chamado
efeito Aharonov-Bohm, dos anos 1950, comumente detectado em elétrons
submetidos a um campo magnético. Desta vez, em vez de elétrons, o
arranjo experimental se concentrou em fótons, buscando os sinais de
interferência previstos.
Com efeito, foi exatamente isso que os pesquisadores encontraram. O
interferômetro apresentou um padrão de interferência de ondas
consistente com as previsões teóricas, mostrando que os fótons afinal
não são imunes ao magnetismo. Um campo magnético pode induzir mudanças
de fase, característica do comportamento dual dos fótons como ondas,
desde que sejam criadas circunstâncias apropriadas para isso.
Para ler o trabalho (resumo de acesso livre, texto integral para assinantes) clique aqui.
Blog rafaelrag com a Assessoria de comunicação da SBF
Salvador Nogueira
Salvador Nogueira
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