CRÔNICA DE UM PASSADO PERDIDO
Flamengo do Extinto Engenho Baixinha
Onde está meu passado? – perdi.
Toda vez que eu vou a Alagoa Grande eu procuro pelo meu passado e não encontro.
O antigo Engenho Baixinha foi demolido e seus personagens principais não existem mais.
Na minha compreensão o trem da vida só faz uma viagem e a gente só para uma vez na estação final. Nesta viagem muitos passageiros ficam no meio do caminho, nas estações intermediárias.
Não se passa pelo mesmo passado duas vezes. Mas eu passei.
Vidas diferentes são destinos diferentes.
A gente não escolhe o trem da vida. A gente não escolhe os passageiros e nem as estações.
A vida atual eu considero como uma tragédia grega com personagens do século XXI usando as máscaras do teatro grego onde o personagem principal é a covid 19.
Toda vida é única e a minha não poderia ser diferente. Uma das minhas paixões era o futebol amador. Tudo começou quando meu pai comprava a Revista dos Esportes e eu a lia. Ler para mim é como comer, se deixar de ler eu fico com fome. Minha primeira bola de futebol foi uma bola Canarinho. Os jogos de futebol chamados de “ pelada” eram em frente a minha casa quando a rua ainda era descalça.
Os bons tempo são aqueles tempos em que quando lembramos não consideramos perda de tempo. O tempo perdido é aquele tempo esquecido que não lembramos ou não queremos lembrar.
Se até o tempo se perde imagine nós seres humanos perdidos no espaço-tempo.
Para encerrar esta crônica de um passado perdido de um tempo perdido, eu publico a fotografia do meu time do Flamengo da Baixinha.
Depois de várias décadas o esquecimento longo de nossa breve vida me faz esquecer alguns colegas jogadores do Flamengo.
Neste time do Flamengo de 1973,com os jogadores sem usar chuteiras, eu consigo lembrar na foto, em pé, de Raimundão (falecido), o goleiro Pedrinho, Pifita( falecido), Silón, e Daniel [falecido], (jogador, treinador , técnico e presidente do time ao mesmo tempo); agachados, identificamos Martinho ( ponta direita) jogador no século XX e cronista no século XXI( a vida tem dessas coisa), Biu Bojo(falecido), o mascote Ivelino(filho de Daniel) , Totou (falecido, irmão de Biu Bojo), Damião e Manoel Paulino (irmão de Damião).
Uma vez Flamengo, sempre Flamengo[no passado].
Por Martinho Ramalho
Blog rafaelrag
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