domingo, 1 de agosto de 2021

O APITO FINAL

Veja o alagoagrandense Hildebrando Martins fazendo uma análise política da situação atual do Brasil.

Estamos no último minuto do segundo tempo da prorrogação. Mesmo tendo um ótimo time, a imprensa bate impiedosamente na nossa equipe e, se tudo der errado para nossos adversários, ainda resta o Juiz para marcar um pênalti, na tentativa de levar nossos opositores a vitória.
E se eles perderem o pênalti ?
Se isso acontecer não há problemas. Diz que o goleiro se mexeu antes do chute, diz que o juiz não havia autorizado a cobrança, diz que havia uma formiga na frente da bola, ou então, simplesmente, manda repetir a cobrança até que o gol aconteça.
Será que o goleiro estava mais para a "Direita" do que para "Esquerda" e isso seja o suficiente para o Juiz mandar repetir a cobrança ?
Difícil não é entender, mas sim, aceitar tamanha "arbitrariedade", já que o juiz é o árbitro, e o árbitro, mesmo arbitrário, tem a palavra final, podendo inclusive, atropelar sumariamente a lei se assim for o seu entendimento.
No Brasil isso é muito comum, principalmente porque a "TV" se transformou num "árbitro de vídeo", no sentido literal da palavra. Virou realidade a interpretação do fato ser definido pela mídia, a revelia até mesmo da decisão do juiz, o qual, mesmo incomodado, engasgado e asfixiado, se curva ao poder de alcance e de convencimento dos veículos de comunicação.
No Brasil, "só um louco", se incompatibiliza com a mídia.
O interessante é que esse fenômeno também está ocorrendo na política. A mídia tem transformado as pessoas no que eles querem e no que possa agregar valor para as suas organizações. E aqui, não estou falando de organizações criminosas, porque isso, seguramente, não existe no Brasil, e, acredito que vocês sabem disso bem mais do que eu. Se existissem, uma CPI já teria sido formada para resolver o problema, como já aconteceu em outras oportunidades e tudo foi solucionado.
Considerando que mudanças sempre podem acontecer, em especial na política, onde oportunistas mudam de partido só para mudar de quadrilha, como quem muda da água para o vinho, como quem troca "Chico" por " Francisco", ou como quem troca as mãos pelos pés, fica evidente que o corporativismo se sobrepôs aos interesses nacionais, e o "Salve-se quem puder" parece que será o novo slogan dos sobreviventes. Quem viver, verá ...
Quem seria o diferente para fazer algo diferente ?
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Seguramente essa pessoa não está entre os que já foram do executivo. Os que passaram por lá, já provaram, e a maioria por mais de uma vez, que suas aptidões não se alinham com a honestidade, com o trabalho, com o progresso do pais, mas exclusivamente com seus interesses pessoais. Esse perfil da maioria maciça dos nossos político, fez com que o Brasil se transformasse num paraíso de impunidade e no sonho de consumo de qualquer corrupto.
O Brasil faz parte de um clã de países onde ser corrupto virou profissão, aliás, virou um cargo vitalício, e, pasmem, hereditário ao final da carreira.
Temos muitos atletas profissionais da política que, mesmo bichados, ainda assim, a PF não consegue pegá-los porque são muito escorregadios. Muitos estão com seus prontuários médicos na UTI do STF, vários deixaram rastro de podridão por onde passaram, outros são ovacionados com o carinhoso nome de "ladrão", e centenas, para poupar a imagem , sequer aparecem em público.
Ainda assim, inexplicavelmente, continuam sendo o grande destaque positivo na mídia e intitulados salvadores da pátria, conforme discurso dos seus aliados, apadrinhados, comparsas e veículos de comunicação.
Não acredito que "numa terra de cego quem tem um olho é rei". Acho que numa terra de cegos, quem tem dois olhos é normal, e que isso não seja motivo para se aproveitarem dos menos afortunados, dos ingênuos e dos dependentes das "migalhas sociais" .
Nosso famoso e respeitado Rui Barbosa, em um discurso feito no Senado Federal em 1914, disse :
"De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto."
Se o Rui ainda fosse vivo, ficaria impressionado com a visão futurista que teria tido há décadas.
O Brasil tem jeito ... não seja apaixonado por político, seja realista e coerente, não acredite em conversa fiada, não dê oportunidade a quem esteve no poder e nada fez, não tenha ladrão de estimação, dê uma chance as futuras gerações, lembre-se que tudo depende das suas decisões ...
A oportunidade não vem bater várias vezes na sua porta ... Aproveite a chance ... Talvez seja a última ...
Que Deus ilumine nosso último neurônio ...
31.07.2021
Hildebrando Martins

Blog rafaelrag

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