sexta-feira, 9 de março de 2018

8 de março: atos pelo País no Dia Internacional da Mulher. No Dia Internacional da Mulher, a educação desponta como aliada

Dia Internacional da Mulher em São Paulo

Ontem, 8 de de março, em São Paulo, um protesto organizado pelo Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal de São Paulo e pelo Sindicato dos Servidores Municipais de São Paulo que reinvindica melhores condições de trabalho aos professores e protesta contra a reforma da Previdência se juntou à manifestação pelo Dia Internacional da Mulher, na frente do Teatro Municipal, no centro da cidade.







No Dia Internacional da Mulher, a educação desponta como aliada

Ser mulher transcende o romantismo empregado nas flores, chocolates e declarações usualmente aplicadas a cada 8 de março. Focado em ações que transcendem o reconhecimento de uma data que homenageia o feminino, o Ministério da Educação reforça a importância e o comprometimento com a promoção da igualdade de gênero por meio de programas como Projovem, Brasil Alfabetizado e Mulheres Mil, entre outros.

“O Projovem, por exemplo, embora seja focado em pessoas com idade entre 18 e 29 anos para a conclusão do ensino fundamental, também acolhe as mães com crianças”, lembra Ivana de Siqueira, secretária de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão do MEC. “Nós nos preocupamos muito com a formação delas. Por isso, durante o horário de aula, preparamos uma sala de acolhimento com brinquedos e atividades voltadas aos pequenos para que as mães consigam estudar com tranquilidade. Uma boa escolaridade também beneficia os filhos”.

Conquistas

Maria do Carmo Soares, atualmente, aproveita essa oportunidade. Quando jovem, deixou o mercado de trabalho por sete anos para cuidar dos dois filhos e da casa. Após esse período, decidiu voltar à escola e concluiu o ensino médio por meio de um supletivo. Hoje, aos 53 anos, é formada em pedagogia e acumula cinco pós-graduações conquistadas ao longo desses anos.

Do Carmo, como é conhecida, quer mais. Ela hoje busca mais uma graduação ou a conquista do primeiro mestrado. “Nunca vou conseguir parar de estudar”, diz. “Abri mão da vida profissional para acompanhar o crescimento dos meus filhos, mas nunca deixei os livros de lado. Foi difícil voltar a trabalhar e deixá-los em casa, mas foi um sacrifício necessário. Tenho orgulho do meu passado, e as mulheres precisam saber que nunca é tarde para investir em si. É importante acreditar e se agarrar às possibilidades, porque a gente trabalha, estuda, é mãe, cuida da casa, sustenta o lar... temos, sim, muito valor. ”

Dilma Oliveira é outro exemplo de quem também lutou por seu espaço. Com o ensino médio completo e os três filhos já crescidos, juntou forças para trabalhar, cuidar da casa e enfrentar a sala de aula. Formou-se em gestão de recursos humanos aos 46 anos e hoje, aos 50, gerencia uma empresa de seguros e previdência, na qual é sócia ao lado do marido. “Sou realizada por chegar até aqui sem desistir”, conta. “Nos primeiros seis meses de curso, parecia que nada fazia sentido, até por conta do tempo sem pegar em um caderno. Sentia que meus neurônios iam pegar fogo, mas, no fim, a recompensa não teve preço. Conquistei o que para mim seria impossível e deixei um legado aos meus filhos. ”

Dilma ainda incentiva outras mulheres a buscar seus objetivos. “Cada uma sabe das suas dificuldades, e só a gente entende como é árduo desenvolver mil papéis, sendo uma pessoa só. Há muito o que se fazer ainda, mas hoje, as coisas estão um pouco melhores para nós. Portanto, se um sonho existe, vale muito a pena lutar por ele. Vale a pena investir em nós mesmas.”

Reflexão

Dados de 2015 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) registram que 12,5% das mulheres brasileiras têm ensino superior completo, cifra que, entre os homens, é de 9,9%. As mulheres representam 43,8% de todos os trabalhadores brasileiros, mas ocupam 37% das posições de direção e gerência.

Enquanto isso, nos cargos executivos das grandes empresas, a porcentagem feminina cai drasticamente para 10%. No mercado de trabalho, a situação também parece desfavorecer as mulheres: segundo pesquisas, elas recebem cerca de 70% do salário do homem para desenvolver a mesma função, com a mesma formação.

“Conquistamos direitos básicos ao longo da história, mas a desigualdade prevalece”, avalia Kelly de Oliveira, doutora em química e professora do Instituto Federal de Brasília (IFB). Basta olhar para os cargos de chefia e para os da política. Somos minoria e, mesmo provando nossos níveis intelectuais, continuamos com salários menores. ”

Ivana de Siqueira destaca que a mulher deve ocupar o espaço que deseja, independentemente do cargo ou profissão. Lembra ainda a importância da mulher na sociedade e a forma como o público feminino deve ser visto desde a educação básica: com respeito. “Hoje, é dia nos posicionarmos, de refletirmos e celebrarmos os avanços”, conclui.

(MEC)

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