A
falta de capacitação da mão de obra, principalmente em matemática, pode
frustrar a expectativa do setor de tecnologia de aumentar as
exportações em 8% ao ano e terminar a próxima década em US$ 20 bilhões.
Com
mercado de trabalho empregando 1,2 milhão profissionais, o Brasil forma
85 mil, segundo a Brasscom (associação das empresas detecnologia). O
México, principal rival regional, forma 115 mil e tem 600 mil vagas.
Para mover o setor, que cresce 10% ao ano, mas ainda exporta pouco, as
empresas precisam de funcionários capacitados. A Brasscom calcula que o
País vá fechar o ano com 115 mil vagas abertas.
Os
dados são do "Estudo Comparativo sobre o ambiente Institucional de
Negócios na América Latina", apresentado ontem durante o Encontro
Nacional do Comércio Exterior de Serviços (Enaserv), que apontou
características entre os países mais competitivos da região.
Os
pontos fracos são a instabilidade cambial e o alto custo de
eletricidade e de serviços de telecomunicação. Nenhum dos gargalos, no
entanto, compara-se ao da mão de obra, amplificado pela deficiência na
educação básica. A dificuldade com matemática reduz ainda mais a
quantidade de profissionais que podem ser contratados.
Com
receita de US$ 102 bilhões, o mercado interno brasileiro de TI é o
maior entre latinos e o sétimo do mundo. Mas o Brasil exporta somente
US$ 2,6 bilhões. O Brasil tem receita interna maior do que fatura a
Índia. Mas 68% da receita da líder global em exportação vem de fora do
país.
Para
a Brasscom, o Brasil pode encurtar a distância com os indianos,
elevando as exportações, por causa da situação macroeconômica do País,
melhoria regulatória (desoneração da folha de pagamento) e a ampliação
de infraestrutura da internet.
Alguns
pontos fracos do Brasil podem atrapalhar, como falta de formação
básica. Para trabalhar com TI, é necessário, por ordem de importância,
que domínio de matemática, de lógica de programação (para escrever
linhas de código) e do inglês, que não é problema.
O
entrave é a matemática. Centros de excelência na formação como o
Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e a Universidade de Campinas
(Unicamp) formam 80 e 120 estudantes ao ano, respectivamente. Como não
dão conta da demanda, empresas do setor fazem cursos de capacitação para
conseguir formar funcionários, mas isso não rende contratações.
(Folha de São Paulo)
Nenhum comentário:
Postar um comentário