Os astrônomos chamam de conjunção esses encontros planetários. Não é tão raro haver conjunções de dois ou três planetas, mas a última vez em que foi possível observar da Terra uma conjunção com cinco planetas foi em dezembro de 2004.
Os planetas mais distantes, Urano e Netuno, também ficaram próximos na mesma área, embora os dois gigantes de gelo sejam mais difíceis de detectar, exigindo o uso de binóculo. Percorra os olhos entre Vênus e Marte e encontrará Urano, com tons de verde, e Netuno, em azul, poderá ser encontrado entre Júpiter e Saturno.
Esse alinhamento planetário, em junho de 2022, pode ser vislumbrado pela grande maioria da população mundial, mas algumas regiões do mundo estarão mais bem posicionadas do que outras. Nas latitudes do norte, acima de cidades como Nova York e Londres, Mercúrio, o planeta mais próximo do Sol, estará próximo do horizonte e pode ser ofuscado pela luz do amanhecer. Nessas regiões, os demais planetas também ficarão próximos do horizonte leste, dificultando a observação de todos os planetas.
Com o passar dos dias, entretanto, Mercúrio aparecereu mais alto no céu, ficando mais fácil de identificar. Para observadores ainda mais ao norte, como na Escandinávia e no norte do Alasca, onde o Sol não se põe nesta época do ano, os planetas não ficarão visíveis.
Os melhores locais de visualização foram os trópicos e o hemisfério Sul, onde os planetas ficarão mais alto no céu antes do amanhecer. Mas onde quer que você estivesse, a melhor recomendação foi buscar uma visão desobstruída do horizonte leste entre meia e uma hora antes do nascer do Sol em sua região.
Foi um panorama muito impressionante porque os planetas ficaram bastante próximos. E se perdeu esse espetáculo, terá que aguardar até 2040 para ter outra oportunidade.
A Lua ilumina o caminho
Para encontrar os planetas, os espectadores precisam apenas acompanhar o brilho da Lua crescente. A começar por Saturno em 17 de junho, nosso satélite natural servirá como guia, posando com um planeta diferente a cada dia.
As datas de maior destaque foram 18 de junho, com a proximidade da Lua ainda com Saturno, e 20 de junho, quando ficou emparelhada com Netuno. Em 21 de junho, a Lua ficou alinhada com Júpiter e, em 22 de junho, com Marte. Em 24 de junho, a Lua ficou próxima de Urano, e observadores do céu com olhos aguçados também notaram que o satélite pareceu estar exatamente na metade da distância entre Vênus e Marte. Em 26 de junho, a Lua teve um encontro impressionante com o planeta mais brilhante do céu, Vênus, e finalmente encerrou suas conjunções com Mercúrio, em 27 de junho.
Congestionamento celestial
Embora esse desfile celestial pareça estar aglomerado em uma pequena região do céu, os planetas distantes estão distribuídos por uma vasta extensão do espaço, separados uns dos outros por milhões de quilômetros. É nosso ponto de visão na Terra que os faz parecer tão próximos.
Esse belo espetáculo do céu foi fácil de enxergar a olho nu, mas observá-lo por um binóculo em posição estável ofereceu as melhores vistas. Mire o binóculo em Júpiter, de cor creme, e em seu entorno, estavam seus quatro maiores satélites. Usando pequenos telescópios, foi possível observar os discos dos planetas e focar nas faixas de nuvens de Júpiter e nos famosos anéis de Saturno.
Urano e Netuno têm o brilho significativamente mais tênue do que o restante dos planetas, então foi preciso um binóculo apenas para vislumbrá-los como pontos de luz difusos azuis esverdeados. Mas um pequeno telescópio permitiu revelar mais detalhes desses gigantes de gelo nos confins do Sistema Solar – uma visão incrível, considerando que Urano está a mais de 2,8 bilhões de quilômetros da Terra, enquanto Netuno está a quase 4,5 bilhões de quilômetros de distância.
(nationalgeographicbrasil)
Blog rafaelrag
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