O elenco do Botafogo ainda curtia a festa junto com a torcida no Engenhão, no domingo (8), quando teve de deixar o estádio direto para o aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, de onde partiu para o Catar.
A viagem de 14 horas, com a delegação dividida em dois aviões fretados, emprestados ao clube pelo New England Patriots, da NFL -cujo dono é amigo pessoal do empresário e dono do time carioca John Textor-, levou os jogadores do time da estrela solitária para o último desafio da equipe nesta temporada: a disputa da Copa Intercontinental, o antigo Mundial de Clubes.
Depois de festejar a conquista do Campeonato Brasileiro oito dias após também ganhar a Libertadores, a formação preto e branca alcançou um feito raro entre os clubes do Brasil.
No formato atual das competições, somente o Flamengo tinha conseguido isso, em 2019 – o Santos de Pelé, bicampeão sul-americano em 1962 e 1963, faturou também nesses anos a Taça Brasil, equiparada ao Brasileiro em 2010 pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol).
A equipe do litoral paulista também ganhou naquela década os troféus da Copa Intercontinental de 1962 e 1963, colocando em sua galeria uma tríplice coroa, com títulos nacionais, continentais e mundiais.
Isso faltou ao Flamengo de 2019, que acabou superado pelo Liverpool na decisão do torneio organizado pela Fifa também no Qatar.
É essa marca que o Botafogo terá a chance de buscar agora. Nesta quarta-feira, o time faz sua estreia na segunda fase do torneio, diante do Pachuca, do México.
Em caso de vitória sobre os mexicanos, o time brasileiro enfrentará o Al-Ahly, do Egito, no último play-off antes da decisão, fase para qual o Real Madrid, como representante europeu, classificou-se diretamente.
Pouco antes do embarque para o Qatar, John Textor brincou sobre um possível confronto com o atual vencedor da Champions League. “Sei que temos um jogo contra o Pachuca e não sei o que vem depois disso. Tem esse time pequeno de Madri talvez esperando, mas temos que conquistar nosso lugar lá primeiro”, afirmou.
O “pequeno time de Madri” é o maior vencedor da Champions League, com 15 troféus, venceu três vezes a antiga Copa Intercontinental (1960, 1998 e 2002) e cinco vezes o Mundial de Clubes da Fifa (2014, 2016, 2017, 2018 e 2022).
O histórico não assusta os jogadores do Botafogo. No embarque para o Qatar, o atacante Luiz Henrique disse o time está com “sorte”.
“Vamos fazer de tudo para que a gente consiga vencer os adversários pela frente. Creio que vamos fazer um torneio muito bom e quem sabe vamos sair campeões. Estamos com sorte”, afirmou.
Para o treinador do Pachuca, Guillermo Almada, o bom momento vivido pelo Botafogo vai além da sorte. Uruguaio, ele diz que conhece e acompanha de perto o futebol no Brasil e entende que a conquista do Campeonato Brasileiro reflete a força do elenco do time carioca.
“Vencer o Brasileirão, em alguns casos, é até mais difícil do que a Libertadores”, afirmou. “O Botafogo é um grande time, com um grande técnico e grandes atletas. Todas as conquistas falam por si, da capacidade técnica que eles têm. Eles vão exigir o nosso melhor”, acrescentou.
Guillermo também está preocupado com o aspecto físico de seus jogadores. O Pachuca não faz um jogo oficial há quase um mês, desde o fim da temporada regular da liga mexicana. Se por um lado o tempo livre foi bom para descansar e recuperar os atletas, a falta de ritmo de jogo também pode atrapalhar.
No caso do Botafogo, como Luiz Henrique disse no embarque, o time vai chegar com a “adrenalina lá no alto”.
“Será difícil, mas, como sempre digo aos atletas, acreditando no nosso trabalho e em cada companheiro, poderemos competir com eles”, afirmou o técnico do Pachuca.
* FOLHAPRESS
Blog rafaelrag
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