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terça-feira, 20 de agosto de 2024

UFCG realiza colação de grau de alunos do curso de Licenciatura Intercultural Indígena



 Marcando o fim de uma espera de 15 anos pela regularização da graduação junto ao Ministério da Educação (MEC), a Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) realizou na quarta-feira, dia 14, em Baía da Traição, PB, a solenidade de colação de grau de 13 alunos e a diplomação de 30 estudantes do curso de Licenciatura Intercultural Indígena.

O curso foi reconhecido no mês de maio passado, em Portaria publicada pela Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior (Seres).

Para o reitor Antônio Fernandes, o momento, além de especial, é uma reparação histórica.”Foi uma grande luta que envolveu diversas mãos e conseguimos com ajuda, colaboração, compromisso e dedicação dos servidores da Pró-reitoria de Ensino, junto com a Coordenação de curso, professores, discentes, todos juntos, envolvendo aindas dois ministérios, dos Povos Originários e da Educação, que se emprenharam e conquistamos, enfim, o reconhecimento de curso. Numa escola indígena potiguara, tivemos momentos riquíssimos e emocionantes ao participar de uma belíssima solenidade de Colação de Grau. Um momento de celebração da Educação Brasileira. Nossa gratidão a todos que se fizeram presentes e colaboraram com a resolução do problema”, enfatizou.

A coordenadora do curso, a professora Mércia Rejane Batista, destacou que esta turma pioneira teve como característica serem todos indígenas Potiguara, professores, estarem em exercício em escolas indígenas e que o Projeto Pedagógico do Curso foi construído a partir da realização de oficinas com os próprios professores potiguara. “É a primeira vez que na Paraíba estamos formando professores indígenas em um curso baseado no princípio da Interculturalidade. Indicando que o projeto de uma educação escolar indígena se fortalece com uma formação especial do corpo docente”, enfatizou.

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Para ela, essa formação é um passo que a UFCG dá na direção de uma universidade comprometida com os mais altos ideias de pluralidade dos conhecimentos e de diversidade na formação do seu corpo discente. Ela adianta ainda os próximos passos para oferta de novas vagas.

 

“O curso, com oferta anual, deve se realizar a partir do princípio da alternância, funcionando na Universidade aqui em Campina Grande e também na terra indígena, nos respectivos territórios dos cursistas. Estará aberto aos estudantes oriundos dos diferentes povos indígenas e formará professores nas áreas de Ciências Humanas, com ênfase em Ciências Sociais, Geografia e História, com um forte diálogo com a área de Arte e Mídia, considerando os desafios que estão postos no plano das comunicações e das redes midiáticas. E o número de vagas ainda está em discussão. O MEC nos autorizou a formar turmas regulares com até 50 vagas”, disse.

 

A professora do Prolind/UFCG, Juciene Ricarte Cardoso, docente Indígena Tarairiu, ressaltou que uma das lutas dos povos indígenas em busca de representatividade na sociedade é, sem dúvida, a presença e a inclusão na universidade.

 

“A formação de professores indígenas, como vem sendo promovido pela UFCG é um contributo relevante no processo de implementação e manutenção da Educação Escolar Indígena na Paraíba, mas especificamente nos três municípios Baia da Traição, Marcação e Rio Tinto. Somente após a Constituição Federal de 1988 é que os povos indígenas como os parentes Potiguara, se apropriaram dos seus processos próprios de ensino e aprendizagem, surgindo a necessidade de cursos de Licenciado Intercultural Indígena, para que estes assumam com autonomia suas escolas indígena bilíngues e interculturais e a produção de material didático específico e diferenciado. Tivemos a grata oportunidade de compartilhar um evento histórico de uma riqueza inigualável no que diz respeito a formação intercultural de professores Potiguara na Paraíba". falou.

 

Sobre o curso

 

O curso de Licenciatura Intercultural Indígena iniciou suas atividades no período letivo 2009.2, após aprovação do Programa de Apoio à Formação Superior de Professores que atuam em Escolas Indígenas de Educação Básica (Prolind), por meio de edital da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização de Jovens e Adultos, Diversidade e Inclusão (Secadi) publicado em 2008. A turma inicial foi formada com 48 cursistas. A seleção foi feita por meio de um vestibular especial.

 

As aulas ocorriam nos finais de semana na Terra Indígena Potiguara em Baia da Traição e complementada por períodos concentrados na UFCG. Os alunos foram formados em quatro habilitações: Ciências Humanas, Letras e Linguagem, Ciências da Natureza (Biologia) e Ciências Exatas (Química).

 

(Ascom UFCG)

Blog rafaelrag

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