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terça-feira, 4 de junho de 2024

Morre em Campinas o professor José Joaquín Lunazzi, um dos incentivadores das Olimpíadas de Física


Pioneiro nas pesquisas do uso da luz branca na holografia, Lunazzi também aproximava a universidade de jovens estudantes e era entusiasta das olimpíadas de física

O professor José Joaquín Lunazzi, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), faleceu no último dia 20 de maio em Campinas, deixando a esposa Cristina, três filhos e seis netos. Lunazzi atuava em Física com ênfase em Óptica, principalmente nas pesquisas com imagens tridimensionais, holografia, óptica, visualização tridimensional e difração. Criou protótipos de TV holográfica e obteve duas patentes em aplicações de telas holográficas com luz branca, tema sobre o qual foi pioneiro em 1987, quando encontrou a primeira imagem por difração de luz branca.

Nascido em 1948 em La Plata, na Argentina, estudou e fez doutorado em Física na Universidade de La Plata, sob a orientação de Mario Gavaraglia e pós-doutorado na Universidade Pierre M. Curie, Paris VI. Chegou ao Brasil em 1975 a convite de Carlos Arguello para iniciar um Centro de Óptica na Unicamp.

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Lunazzi iniciou os trabalhos na área da Metrologia Ótica usando luz laser e fez trabalhos importantes pesquisando a formação de imagens por Holografia e por luz banca. Consultor de várias entidades cientificas nacionais e internacionais, organizou várias exposições e oficinas para professores e alunos da Educação Básica. Conheça mais sobre o trabalho do professor em seu site na Unicamp.

“Eu poderia ter me aposentado em 2002, mas quis continuar passando um pouco da minha experiência para os mais jovens, aprendendo novas maneiras de ensinar física de um modo mais fácil”, disse Lunazzi, em entrevista à Revista Pesquisa Fapesp, em 2013, em reportagem sobre um projeto da Unicamp de aproximar estudantes do ensino médio com a universidade. O professor à época ensinava os alunos os princípios das imagens tridimensionais e do cinema digital, estimulando a criação de equipamentos usando materiais simples.

Na Sociedade Brasileira de Física (SBF), Lunazzi participou da Comissão de preparação das Olimpíadas Internacionais de Física. Ele liderou, junto com o professor Ricardo Sauerwein, a equipe que disputou XXIV Olimpíada Iberoamericana de Física (OIBF), em El Salvador, em 2019, quando todos os estudantes da delegação brasileira ganharam medalhas de ouro. A SBF lamenta a passagem do professor Lunazzi e expressa seu carinho à família, amigos e ex-alunos.

(Site da SBF)


O professor Luazzi escreveu no site da UNICAMP, quem sou eu.


Nascí em 1948 na cidade de La Plata, capital do estado (“provincia”) Buenos Aires na Argentina. Estudei etrabalhei na centenária Universidad Nacional de La Plata, me doutorando em física sob a orientação do Dr. Mario Garavaglia, quem depois criaria o CIOP. Fui convidado em 1975 a trabalhar no Instituto de Física da Universidade Estadual de Campinas-UNICAMP, em Campinas, São Paulo, Brasil, sendo fundador do Laboratório de Óptica do DFMC. Isto aconteceu certamente porque tinha começado a fazer holografia em 1969, o que apareceu na América Latina como uma técnica muito excitante e nova.

Depois de trabalhar na metrologia (“Metrology by laser light”, lista de artigos) muitos anos, voltei a trabalhar em imagens (“Work in imaging”, lista de artigos) porque achei um fenômeno muito interessante oculto dentro dos hologramas que são vistos com luz branca: a codificação da profundidade pela difração (“The encoding of depth by spectral diffraction”, artigos básicos)


Isto me deu a ideia de que muitas coisas poderiam ser feitas usando apenas luz branca. E de que holografia e fotografia não seriam técnicas tão distantes como pensávamos. Considerei também que, se as borboletas usam a difração para ter suas cores, os humanos temos muito a aprender observando com atenção, sobre tudo a natureza.

Um complemento natural a estas experiências foi a tela difrativa (diffractive screen), um elemento conhecido mas nunca antes utilizado sob luz branca. Projetando nele imagens codificadas por difração foi possível ver sem acessório algum imagens com paralaxe horizontal continuo.

Obtivemos em 1988 todos os resultados fundamentais que permitiam alta qualidade de projeção diretamente desde um objeto, projeção de fotografias codificadas por difração, uma TV 3D sem óculos, e, dois anos depois, a ampliação de hologramas a partir do formato de filme 35mm. Usamos primeiramente telas impressas de 15 cm de largo por 30 cm de alto. Este tamanho conseguiu somente ser maior ao trabalhar com filme AGFA de 30 cm x 40 cm e, em 1993, alcanzamos o maior tamanho, graças à colaboração do Dr. P.M. Boone da Rijksuniversiteit Gent, Belgica.

A maioria dos meus artigos está divulgada pelo repositório gratuito da Cornell University, o extraordinário www.arxiv.org e a lista deles é acessável por http://arxiv.org/a/lunazzi_j_1

Participo também da rede social de pesquisadores www.researchgate.net onde coloco não somente artigos como também projetos. Atualizo com pouca frequência minhas páginas neste site, hoje, 19/09/20 p.ex. entrei depois de alguns anos. Recomendo saber mais de mim por www.ifi.unicamp.br/~lunazzi
Blog rafaelrag

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