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domingo, 5 de abril de 2020

CORONAVÍRUS. Violência doméstica aumenta em 9% com isolamento social e especialista ressalta a necessidade de denunciar agressor e repensar o relacionamento



O distanciamento social, medida de combate ao coronavírus adotada em todo mundo, tem gerado uma preocupação para mulheres que sofrem com a violência doméstica diariamente. Se por um lado os números mostram que o confinamento gera um combate efetivo à Covid-19, por outro, dados divulgados pelo Governo Federal apontam que houve um aumento – no período de 17 a 25 de março – em quase 9% no número de ligações recebidas diariamente pela Ouvidoria Nacional dos Direito Humanos (ONDH) de denúncias de violência contra a mulher.

A psicóloga do Hapvida em João Pessoa, Danielle Azevedo, ressalta que é importante, antes de tudo, as pessoas saberem o que se caracteriza por violência doméstica. “A agressão contra a mulher pode ser conceituada em física, verbal e psicológica. Quando o agressor tende a ofender, humilhar, inferiorizar a parceira já se registra aí um crime de violência doméstica”, explica a especialista.

Segundo informações do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH), em 10 dias – de 14 a 24 de março – foram registradas 1,3 mil queixas. Diante destes números a psicóloga ressalta que é importante as pessoas estarem atentas porque muitas mulheres já estão dentro de relacionamentos em contexto abusivo, de tortura, e não se dão conta, ou até se dão, mas vão procrastinando em decorrência de necessidades que a mulher subentende que precisa ter nesse relacionamento.

Danielle Azevedo orienta que as mulheres que estão sofrendo violência doméstica, devem, acima de tudo, repensar a respeito do casamento, o que faz ela se manter numa relação e se anulando. “Muitas têm a dificuldade de expor, por se tratar de uma conduta constrangedora porque envolvem a polícia, família, em casos específicos, testemunhas. Então, é algo em que a mulher se torna sendo vista, inclusive, nas maiores dificuldades e frustrações”, pontua.

Às vezes, segundo a especialista, ocorre até de a mulher confundir o relacionamento patológico como algo de conformidade no sentido de fazer pensar “Está passando o tempo”, “Estou ficando velha”, mas lembra que um relacionamento deve ser bom, saudável, gerando prazer, necessidade de cuidado e de estar junto.

(Hapvida - João Pessoa contato@multiplaintegrada.com)


Blog rafaelrag


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