Entre os encarcerados da prisão romana de Regina Caeli o Papa Francisco celebrou nesta Quinta-feira Santa a Missa da Ceia do Senhor, com o rito do Lava-pés.
A cerimônia foi feita em caráter reservado, sem transmissão ao vivo pela televisão.
Antes da celebração, o Papa visitou a enfermaria, para saudar os detentos doentes.
Já em sua homilia, Francisco recordou o costume daquele tempo, de os escravos lavarem os pés dos hóspedes antes de entrarem à casa.
“Era o trabalho dos escravos, mas era também um serviço. E Jesus quis fazer este serviço para nos dar um exemplo de como devemos servir uns aos outros.”
Jesus pede aos discípulos que não façam como os chefes das nações, reis e imperadores, que eram servidos pelos escravos.
“Entre vocês isso não deve acontecer. Quem comanda deve servir. Jesus inverte o costume histórico, cultural daquela época e também de hoje. Quem comanda, para ser um bom patrão, seja onde estiver, tem que servir”, exortou o papa.
Foto: Ascom
Pensando na história, acrescentou o santo padre, se muitos reis, imperadores e chefes de estado tivessem compreendido esse ensinamento de Jesus, muitas guerras teriam sido evitadas.
Francisco prosseguiu recordando o modo amoroso de agir de Cristo. Às pessoas que sofrem, descartadas pela sociedade, Jesus vai e diz: ´você é importante para mim´. Jesus aposta em cada um de nós.
“Jesus se chama Jesus, não Pôncio Pilatos. Jesus não sabe lavar as mãos, sabe somente arriscar”, afirmou o Pontífice.
“Eu sou pecador como vocês, mas hoje represento Jesus. Sou embaixador de Jesus. Quando eu me ajoelho diante de cada um de vocês, pensem: Jesus apostou neste homem, um pecador, para vir até mim e dizer que me ama. Este é o serviço, este é Jesus. Jamais nos abandona, jamais se cansa de nos perdoar, nos ama muito”, verbalizou Francisco.
A cerimônia prosseguiu com o rito do lava-pés a 12 homens provenientes de sete países: quatro italianos, dois filipinos, dois marroquinos, um moldavo, um colombiano, um nigeriano e um de Serra Leoa.
Oito são de religião católica, dois muçulmanos, um ortodoxo e um budista.
No momento do abraço da paz, o Papa improvisou mais algumas palavras para dizer que “em nosso coração vivemos sentimentos contrastantes. É fácil estar em paz com quem queremos bem, mas é mais difícil com que nos ofendeu e a quem ofendemos”.
“Peçamos ao Senhor, em silêncio, a graça de dar a todos, bons e maus, o dom da paz”, convidou o Santo Padre.
Além da saudação aos doentes e a celebração da missa, a visita ao cárcere de Regina Caeli previa também um encontro com outros detentos.
Blog rafaelrag com paraibaonline
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