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quarta-feira, 11 de outubro de 2017

A importância da construção da Barragem do Retiro - por Márcio Vieira

A construção da Barragem do Retiro é um sonho que o município de Cuité espera ver concretizado há mais de meio século, desde a época do saudoso ex-prefeito Pedro Simões Pimenta.  
Finalmente, graças à vontade política do Governador Ricardo Coutinho, que vem priorizando a melhoria da infra-estrutura hídrica da Paraíba, em 2014, a obra saiu do papel e foi iniciada.
Se concluído, esse manancial será um dos maiores do estado, tendo capacidade para armazenar 55 milhões de metros cúbicos de água, o equivalente a quase cinco vezes o que comporta o Açude do Cais, por exemplo.  
Contudo, a existência de inscrições rupestres milenares, encontradas em uma rocha à margem do Rio Japi, exatamente no local onde seria erguida a represa, fez com que o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) exigisse a imediata paralisação da obra, até que estudos arqueológicos mais detalhados fossem realizados na área, o que é determinado por lei.

Além disso, o órgão ordenou uma readequação no projeto, que também foi obedecida pelo governo do Estado, resultando em um recuo de 150 metros em relação ao local previsto inicialmente, onde seria construída a parede.
O fato é que, da intervenção do IPHAN até a retomada da construção, que foi agora em 2017, houve um atraso de praticamente três anos.
Com a autorização, mesmo lentamente, as máquinas voltaram a trabalhar na área, preparando o terreno e escavando os alicerces, para, enfim, ser levantada a tão importante barragem do Retiro.
Entretanto, parece que mais uma vez o esforço durou pouco tempo. Já se tem notícia de nova paralisação, dessa vez, argumenta-se que o IPHAN está exigindo que o local onde estão as inscrições seja cercado e que sejam colocadas placas de sinalização e identificação.
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A legislação que protege os achados arqueológicos deve sim ser cumprida, preservando-se a história dos povos que habitaram essa região, para que este conhecimento possa chegar a esta e às futuras gerações. Isso é indiscutível.
O que se questiona é o tempo que todo esse processo leva. Na burocracia brasileira é assim: o mesmo documento que pode ser assinado em um mês, pode levar um ano para sair da gaveta.  
Enquanto isso, entre idas e vindas de papéis, perícias, projetos e proibições, entramos para sete anos consecutivos de terrível seca...  
Por Márcio Vieira
Blog rafaelrag com o Blog de Aéliton Clécio

Um comentário:

  1. As inscrições rupestres de cuité merecem ser preservadas, é a herança dos nossos ancestrais, aos quais devemos nossa existencia no mundo. Deevmos respeita-los preservando a sua cultura. A barragem deve ser construida mas respeitando o nosso patrimônio arqueológico.

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