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sábado, 12 de agosto de 2017

34 ANOS SEM A MULHER GUERREIRA QUE ENFRENTOU O PODER ECONÔMICO DE SUA ÉPOCA



"A força contida no grito dos trabalhadores e de suas mulheres, é mais forte que as algemas da injustiça do capital."
Luís Fernando Lima

A luta não acabou. Temos que difundir a ideia da consciência negra na sociedade para que tenhamos um estado tolerante onde prevaleça a igualdade racial, sem preconceitos.
Mércio Franklin.

No dia 12 de agosto de 1983 a líder sindical paraibana Margarida Maria Alves era assassinada por um pistoleiro de aluguel na frente de sua casa, seu filho e marido. O crime encomendado por usineiros da região, teve como acusados o soldado da PM Betâneo Carneiro dos Santos, os irmãos pistoleiros Amauri José do Rego e Amaro José do Rego e o motorista Biu Genésio.

Margarida presidiu o sindicato de Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande (PB) de 1967 até 1983. Lutou pelos direitos dos trabalhadores do campo, como jornada de trabalho de oito horas, carteira assinada e 13º salário.

O crime teve repercussão internacional, com denúncia encaminhada à Corte Internacional de Direitos Humanos e várias outras entidades semelhantes. Severino, o marido de Margarida, dizia que “ela era uma mulher sem medo, que denunciava as injustiças”. Na época de sua morte, 72 ações trabalhistas estavam sendo movidas contra os fazendeiros locais.





































                          Chico César visitando o museu de Margarida, em 2014




“É melhor morrer na luta do que morrer de fome”
Nascida e criada em Alagoa Grande, no Brejo Paraibano, foi a primeira mulher presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais da cidade.  Lá, fundou o Centro de Educação e Cultura do Trabalhador Rural, uma iniciativa que, até hoje, contribui para o desenvolvimento rural e urbano sustentável, fortalecendo a agricultura familiar.

Lutando pela defesa dos direitos dos trabalhadores sem terra, suas principais metas eram o registro em carteira de trabalho, a jornada diária de trabalho de 8 horas, 13° salário, férias e demais direitos, para que as condições de trabalho no campo pudessem ser equiparadas ao modelo urbano.

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Blog rafaelrag 

Um comentário:

  1. Só o fato de Margarida ter rompido a barreira da intolerância, preconceito e sido a primeira mulher presidente de sindicato de trabalhadores já é um feito histórico. O bárbaro assassinato em agosto de 1983 é o acontecimento mais monstruoso e indigno da história de Alagoa Grande. Era não somente minha conterrãnea de cidade mas também de rua da Olinda,onde nasci. Uma tragédia que Alagoa Grande jamais vai esquecer. Alagoa Grande é a cidade das minhas emoções mas também das minhas dilacerações, como diria Ariano Suassuna. Alagoa Grande é democrática, ela homenageia a vitima mas também o assassino. Porisso em Alagoa Grande sapo não canta na lagoa. S maldição não perdoa não.

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