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terça-feira, 25 de julho de 2017

Programa Gira Mundo contribui para a melhoria do ensino público na PB


 A estudante Vitória Pordeus (de branco) afirma que o intercâmbio lhe auxiliou a crescer academicamente e a amadurecer como pessoa.

Adendo do blog rafaelrag. Este ano divulguei nas salas de aulas da escola estadual PHB de Alagoa Grande e, lamentavelmente, por falta de documentos no prazo. uma estudante do 2o. ano pela manhã não foi aceita.

O Programa de Intercâmbio Internacional Gira Mundo começa a dar seus primeiros frutos. Alunos da rede pública estadual que participaram da primeira turma do "Gira Mundo Canadá" se tornaram multiplicadores do programa e já oferecem contribuições que ajudam no aprimoramento do ensino no Estado da Paraíba. Um dos pontos apresentados pelos estudantes que participaram do intercâmbio, e que está sendo adotado pela Secretaria de Estado da Educação, é a implementação de mais aulas práticas, assim como acontece no Canadá. 


Na opinião do secretário de Estado da Educação, Aléssio Trindade, a experiência trazida pelos estudantes paraibanos, que vivenciaram o intercâmbio no Canadá, valida a política de educação adotada na Paraíba, a partir da gestão do governador Ricardo Coutinho, que prioriza no Ensino Médio aulas dadas em laboratórios, salas temáticas e espaços de vivências, como acontece nas Escolas Cidadãs Integrais Técnicas, um novo modelo de escola pública implantado na Paraíba. "Antes de 2011, na rede estadual, era escola sem laboratório, sem prática, mas isso está ficando para trás. É isso que foi validado", observa. 

Uma das implementações, entre as que estão sendo feitas na Rede Estadual de Ensino, a partir das experiências relatadas pelos 50 alunos que estiveram no Canadá, segundo revela Aléssio Trindade, é a própria expansão das escolas cidadãs integrais. Outra implementação importante vem da experiência vivenciada pelos 20 professores que participaram da primeira turma do Programa Gira Mundo Finlândia, edição 2016/2017. É que está sendo preparado um curso de liderança e aprendizagem para ser ministrado no Centro de Formação de Educadores, em João Pessoa, envolvendo não só os professores que estiveram na Finlândia, muitos deles de escolas regulares, mas também outros professores da Rede Estadual de Ensino que têm experiências relevantes para serem compartilhadas. 

O secretário também elenca, entre as inovações, a proposta pedagógica direcionada para o “Projeto de Vida” do estudante, que está sendo aplicada em 33 escolas cidadãs integrais, que se somam a vários métodos e práticas que os professores que foram para a Finlândia aprenderam, durante o intercâmbio. O "Projeto de Vida" consiste na documentação, por parte dos estudantes, das suas ambições para o futuro e a projeção da sua viabilização através do estabelecimento de metas, estratégias e prazos, estruturado sob os fundamentos e conceitos da Tecnologia de Gestão Escolar.

Avaliação 


Alguns estudantes que fizeram o intercâmbio no Canadá participaram, no último mês de junho, do Seminário Final de Avaliação do Gira Mundo Finlândia, que teve a participação dos professores paraibanos que fizeram uma qualificação profissional na Finlândia. Os estudantes atuaram como intérpretes e tradutores dos professores finlandeses que estavam na Paraíba. "Quando promovemos eventos com professores estrangeiros, que falam ou escutam inglês, sempre precisamos contratar alguém ou alguma empresa para a tradução, mas no evento que fizemos com os professores da Finlândia, os alunos do Gira Mundo Canadá já participaram como tradutores, e isso é motivo de muita alegria", comemora Aléssio.
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O secretário revela que tanto professores como alunos selecionados para o Programa Gira Mundo passaram, com sucesso, por exames de certificação internacional, como o Teste de Inglês para Comunicação Internacional (TOEIC), um exame direcionado àqueles que querem demonstrar proficiência em inglês voltada ao mercado de trabalho, assim como o Teste de Inglês como uma Língua Estrangeira (TOEFL), um exame que tem o objetivo de avaliar o potencial individual de falar e entender o inglês em nível acadêmico, exigências para quem tenta ingressar em escolas de um país em que o inglês é a primeira língua.

"Este ano, vamos seguir nessa linha e aplicar a certificação TOEIC para muitos estudantes da nossa rede. Observamos que os professores de inglês e as aulas deste idioma melhoraram muito. As aulas estão muito ativas, porque os estudantes querem realmente aprender inglês", conclui.

Programa muda perspectiva de futuro para melhor
O Programa de Intercâmbio Internacional Gira Mundo proporcionou uma experiência enriquecedora e de grande relevância na vida da estudante Vitória Pordeus, 17 anos, e que estuda na Escola Cidadã Integral Mestre Júlio Sarmento, na cidade de Sousa, no Sertão da Paraíba. Ela viveu uma experiência de acolhimento muito positiva, chegando a firmar laços tão fortes com a família que a acolheu no Canadá, que criou um elo entre as duas famílias, já que seus pais se preparam para receber a visita da família canadense.


A família estrangeira tem pretensões de levar Vitória, no ano que vem, para estudar Medicina no Canadá, mas a estudante, que está estudando para o Enem, mesmo reconhecendo que seria muito bom voltar para aquele país, a fim de cursar uma faculdade, garante que, se passar no exame, pretende cursar a faculdade aqui mesmo no Brasil e deixar para voltar ao Canadá quando for fazer um mestrado ou doutorado. “Há uma possibilidade que a minha hostfamily venha para cá. Se tudo der certo, eles vão vir no final do ano me visitar, mas como a minha mãe canadense trabalha ainda em dezembro e janeiro, isso ainda precisa ser confirmado. Eles querem vir. E sobre a faculdade, se eu não cursar Medicina, com certeza vou cursar psicologia”, revela.

Vitória reconhece a importância da oportunidade oferecida pelo programa aos alunos de escolas públicas. “Essa viagem ao Canadá significou muito para mim, pois foi a partir dela que eu pude crescer academicamente e amadurecer como pessoa. Eu tive a oportunidade de criar laços com pessoas maravilhosas e de conhecer a cultura canadense que é muito bonita e de mostrar para eles um pouco da nossa cultura. Eu sempre serei grata por essa oportunidade”, afirma.

Com relação ao seu futuro profissional e acadêmico, Vitória afirma ter certeza que esse intercâmbio, além de ter uma grande importância, ainda contribui para sua concretização, porque a língua inglesa, que segundo ela é a língua do comércio, com certeza vai dar uma turbinada no seu currículo e ajudá-la nos projetos de vida. 

“Tenho certeza que eu amadureci bastante. Hoje sou diferente daquela menina que saiu daqui, em setembro do ano passado, para conviver com pessoas que eu nunca tinha visto e numa cultura completamente diferente. Então, isso me fez ver o mundo com outros olhos e enxergar as pessoas de uma maneira diferente. Me vejo muito mais independente, hoje em dia, porque na cultura canadense as pessoas não ficam no seu pé - ah! faz isso, faz aquilo - elas têm uma vida muito corrida, no dia a dia. Então, cada um tinha meio que se virar e acho que isso me ajudou”, confessa.

No início, os pais de Vitória tiveram um pouco de receio, principalmente quando receberam o resultado que ela tinha passado na prova de seleção do Programa Gira Mundo, mas eles perceberam que seria uma oportunidade muito boa e se acostumaram com a ideia da filha de ir estudar no Canadá. Ela que tinha na época apenas 16 anos. “Eles sempre mantinham contato comigo e com a minha família canadense, que cuidava muito bem de mim”, ressalta.

Atualmente, Vitória estuda no terceiro ano do Ensino Médio e criou, junto com o estudante Jordano Bruno, que também esteve no Canadá, o Clube do Inglês, na Escola Cidadã Integral Mestre Júlio Sarmento, para ajudar os alunos, inclusive aqueles que fizeram a prova de seleção para a nova turma de intercâmbio no Canadá, que viaja ainda este ano. “A gente reúne esse clube, no horário do almoço e nos intervalos, para ajudar as pessoas que tenham interesse na língua inglesa”, conclui.

Intercâmbio possibilita novas experiências e conhecimentos 
Uma nova experiência e oportunidade de conhecimento. É como o estudante Ezequiel Dantas de Souza Silva, 17 anos, define a oportunidade de estudar fora do pais, por meio do Programa de Intercâmbio Internacional Gira Mundo. O inglês como idioma fluente encanta Ezequiel e, segundo ele, irá ajudá-lo em sua vida futura. 


Desejo de se preparar melhor para um curso superior, relatos que chegam de uma possível nova experiência na vida, com uma viagem ao exterior, um programa de ampla concorrência, são os ingredientes que estimularam Ezequiel Dantas a se dedicar com afinco aos estudos preparatórios para concorrer a uma vaga na primeira turma que passaria cinco meses estudando em escolas canadenses. O estudante mostrou sua capacidade, foi selecionado e encheu os pais de orgulho. 

Ezequiel Silva reside em Nova Olinda, no Sertão paraibano, e o ponto principal em seu intercâmbio foi aperfeiçoar o inglês, porque, segundo relata o estudante, não tem como esquecer o que aprendeu e isso irá ajudá-lo em sua vida profissional. “Na minha visão de curso superior, tenho muita vontade de cursar Relações Internacionais, já que o próprio curso exige um ensino em escolas estrangeiras, o que já é um intercâmbio nos moldes do intercâmbio que eu fiz no Canadá. Então, já é uma ajuda, e para fazer esta graduação será necessário um intercambio e, como gostei muito da experiência do Canadá, desejo fazer outro intercâmbio”, explica. 

Ezequiel afirma que foi importante, no seu retorno ao Brasil, a troca de conhecimentos com os estudantes que pretendem viver a mesma experiência no Canadá, por meio do Programa Gira Mundo. “É muito gratificante repartir minha experiência de intercâmbio com eles, porque eu estava no lugar deles ano passado, e agora poder dar aula a esses alunos é algo que me deixa orgulhoso de mim mesmo. E também é uma experiência inovadora ver outros estudantes, entre eles dois que irão para o Canadá, viver as mesmas experiências que eu tive, o que será bom para eles, como está sendo bom para mim”, relata. 

Ezequiel Silva reconhece que teve uma boa performance, a nível de conhecimento e dedicação, para poder participar do intercâmbio, mesmo diante de tantos concorrentes. Ele também destaca o apoio recebido da parte dos seus pais, que tiveram uma grande alegria com o seu desempenho. “Meus pais têm orgulho de mim, pois fui selecionado num programa que tinha pelo menos dois mil estudantes concorrendo a apenas 50 vagas. Agora posso dar aula, e isso para eles é motivo de orgulho. A educação que eu tive no Canadá, ao longo desses cinco meses, trouxe, sim, alguma contribuição para o ensino daqui, porque a gente tem um papel multiplicador. Eu espero que continue assim, pois estão indo mais 50 estudantes, e com isso a educação está melhorando”, constata.

Aulas de conversação


Segundo informa o gerente executivo de Desenvolvimento Estudantil da Secretaria de Estado da Educação (SEE), Tulhio Serrano, que coordena o programa, os estudantes que retornaram do Canadá já participaram do primeiro semestre de aulas, após a experiência. Além de estarem atuando na própria escola, alguns estão dando aulas de conversação em inglês, a particulares e até em escolas da rede privada. 

"São alunos que estavam no segundo ano do ensino médio, quando vivenciaram a experiência do intercâmbio no Canadá, e que agora fazem o terceiro ano aqui na Paraíba. Eles retornaram com perspectivas e com sonhos bem mais aflorados. Todos os 50 estudantes paraibanos que foram ao Canadá tiveram um desempenho muito bom", garante Tulhio Serrano.

Tulhio reconhece que o programa tem um papel social muito forte, porque está distribuído de forma regionalizada e com isso atende alunos de todas as regiões do Estado. Ele acrescenta que o processo seletivo se dá de uma forma que possa garantir a participação de estudantes do Litoral ao Sertão. Segundo Tulhio, a experiência vivida com participação de estudantes de escolas públicas estaduais, num intercâmbio internacional, impacta positivamente tanto na região e cidade onde moram, como na escola em que estudam, após a interação com outra cultura e métodos de ensino, além de um aperfeiçoamento in loco de outro idioma. 

"Pude ver de perto, nas escolas, o trabalho pedagógico que foi desenvolvido a partir do retorno desses estudantes. É possível perceber um amadurecimento muito forte desses estudantes. Eles chegam já com a perspectiva de um novo campo de trabalho e de atuação. Outra coisa impactante do Programa Gira Mundo é dar uma oportunidade a um estudante, por exemplo, de Santana de Mangueira ou de Santa Inês, lá do final da Paraíba, estudar um semestre em outro país, quando não tinha condições nem de vir até João Pessoa", complementa.

Programa garante aprendizado in loco 
A professora da Universidade Estadual da Paraíba, Luciene de Almeida Santos, mestre em Linguística e especialista em Metodologia do Ensino da Língua Espanhola, comenta que se os alunos do Programa Gira Mundo Canadá hoje estão ministrando aulas e compartilhando essa experiência da língua inglesa com outros alunos, da mesma forma será com a língua espanhola e com a língua portuguesa, com a nova etapa do programa de intercâmbio, que prevê o envio este ano de estudantes de escolas públicas paraibanas para a Espanha, Portugal e Canadá, além da ida de nova turma de professores para a Finlândia.


Luciene explica que quando o professor vive ou sente aquilo o que está ministrando, os seus alunos sentem uma outra vibração e querem aprender mais. “Então, acredito que o Programa Gira Mundo não só dá essa oportunidade, mas também dignifica essa pessoa, faz com que essa pessoa perceba que ela pode galgar outros horizontes”. A professora vê no programa Gira Mundo, seja no intercâmbio com a Espanha, Canadá ou Portugal, uma excelente oportunidade de fazer com que pessoas, independente da sua classe social, consigam ver que existe um mundo além daquele que ele já está habituado.

“Imagine uma pessoa vinda de uma base humilde, ter a oportunidade de poder vir a outro país e aprender o idioma in loco. Eu só tenho a parabenizar o Governo do Estado pela iniciativa do Programa Gira Mundo e, no que depender de professores da língua espanhola, da língua inglesa, da língua portuguesa, de poderem receber em troca a experiência dessas pessoas, seremos nós, digamos assim, os profissionais que mais vibrarão no final, que aplaudirão a essa experiência sendo passada para outros, e que, todos os anos, a gente possa ver pessoas e mais pessoas trazendo essas experiências para compartilhar com toda sua comunidade, porque é isso que importa, aprender in loco, vivenciar, experienciar e melhor, compartilhar com a comunidade”, complementa.

A especialista garante que só quem vai ao país e conhece a língua in loco é que percebe que aquela língua não é apenas um idioma estrangeiro, ela tem uma história para contar por trás, ela tem todo um contexto. “Então, vejo o Programa Gira Mundo como um intercâmbio de excelência, porque oferece oportunidade para muitas pessoas que não podem pagar, por exemplo, a uma escola de idiomas, mas que vai aprender na prática. E o mais interessante é que aprende. O mais importante é que essa pessoa começa a ter acesso a um novo mundo. Ela começa a acessar uma nova forma de pensar e de agir”, analisa.

Blog rafaelrag com Alexandre Nunes do Jornal A União

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