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sábado, 12 de novembro de 2016

Renato Cajá é o Bahia com emoção



 Adendo do blog rafaelrag. O jogador de futebol Renato de Cajazeiras-PB, ficou conhecido como Renato Cajá. Parabéns pela boa fase, jogando futebol com muita emoção.

Um dos últimos meias à moda antiga do futebol brasileiro sonha ainda em jogar em um dos grandes clubes paulistas. Mas antes quer ajudar o Bahia a voltar para a elite do futebol brasileiro, uma missão cada vez mais próxima, que pode se tornar ainda mais palpável se o time vencer o jogo deste sábado contra o Luverdense, no Passo das Emas, em Lucas do Rio Verde. O nome do meia-esquerda é Renato Cajá e ele vai fazer de tudo para alcançar esse feito: em nome do pai, em nome da cidade de Cajazeiras, que ele carrega no apelido futebolístico, e em nome da frenética torcida do Bahia.

''Por tudo isso eu tenho me emocionado em alguns jogos'', confessa o paraibano Renato Cajá, que chorou ao fazer um gol neste campeonato, contra o Goiás, quando seu pai Belisário estava hospitalizado. E que voltou a derramar lágrimas na última e sofrida vitória contra o Sampaio Correia, quando seu time venceu por 1 a 0 — com gol marcado por Hernane aos 47 minutos do segundo tempo.

''A minha vinda para o Bahia está sendo uma experiência muito boa. Antes de aceitar o convite, tive chance de retornar aos grandes de São Paulo, mas acabei tomando uma decisão certa. O público aqui enche o estádio, nos empurra para o jogo, o time entra para vencer com muito empenho. E estamos conseguindo arrancar na hora certa'',comenta Renato, que já conseguiu dois acessos à série A quando defendia a Ponte Preta.
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''Sei que vamos subir com o Bahia, sinto isso, daí o choro após a vitória sobre o Sampaio Correia, que nos colocou na vice-liderança da série B'', explica Renato, lembrando que todos os seus companheiros passaram por momentos difíceis na temporada. ''Além da doença do meu pai e graças a Deus agora ele já está em casa lá em Cajazeiras, nós enfrentamos aqui a insatisfação da torcida''.

Pouca gente sabe, mas Renato Cajá lembra que houve momentos de tensão e humilhação, quando o time não conseguia se firmar na competição e a torcida fez cobranças exageradas. ''Poucos tem conhecimento, mas a torcida tentou nos bater, fomos humilhados no Centro de Treinamento, nos vestiários, mas conseguimos reverter a situação dentro de campo e trazer a torcida de volta para o nosso lado''. Uma torcida que é apaixonada, já foi campeã brasileira e já comprou mais de 31 mil ingressos para a partida da semana que vem contra o Bragantino na Fonte Nova.

''É diferente jogar no Bahia, posso afirmar'', garante o jogador que já passou por 13 equipes, desde que deixou a paraibana Cajazeiras ainda menino para tentar a sorte em Mogi Mirim. Já era um atacante que chamava a atenção: chutava forte com a esquerda, colocava a bola onde queria, marcava gols e tinha a inteligência de um meia-esquerda, tão em falta nos campos brasileiros nos dias de hoje.


''E eu era veloz, jogava mais à frente, era quase um ponta-esquerda. Joguei também futsal, era ala e isso aumentou meu domínio de bola''.

Com o tempo transformou-se no jogador a ser marcado pelos adversários.

E sempre que se destacava no Mogi ou mesmo na Ponte Preta recebia convites dos grandes de todo o Brasil. Teve passagens pelo Grêmio e Botafogo. E foi nesses intervalos de carreira, quando estava no auge, que tomou decisões que ele considera erradas: aceitou as propostas para jogar fora do país. E se deu mal.

''Tenho arrependimento até hoje por ter saído do Brasil. Ah, mas a questão financeira foi boa… Foi. Mas e daí? Foi horrível para mim como jogador. Tanto nos Emirados Árabes como na Arábia Saudita''.

O Palmeiras lhe fez propostas na época.

''Fui embora. Mas agora estou de volta, ainda jogo num grande paulista. E jogarei como meia, como jogo aqui no Bahia. Não adiante querer que um jogador que arma seja um marcador. Tem técnico que joga com três volantes, mas não adianta nada. Virou moda… Claro , o futebol se modernizou, mas eu não vou fugir das minhas características. Posso ajudar a compor na marcação, ocupar os espaços, mas não devo correr feito louco atrás do adversário. Minha função é fazer o time jogar, lançar meus alas, atacantes. Se eu marcar muito… também não vou jogar muito''.

E o técnico Guto Ferreira sabe como ninguém aproveitar Renato Cajá em sua capacidade máxima.

Quando sente que Renato Cajá já deu tudo o que podia, percebe que é hora de colocar Régis em seu lugar. Mas enquanto tem fôlego, Renato, que tem 32 anos, é a alma do Bahia, o maestro do grupo, com passes, viradas de jogo, enfiadas de bola, cobranças de escanteio, faltas e chutes a gol. É nessas horas que ele se sente aquele menino, que era um dos destaques do time do Sambatuquee que encantava seu Belisário na ensolarada Cajazeiras.

Blog rafaelrag com Roberto Salim do portal Uol

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