Contra a proposta rebaixada dos bancos de apenas 5,5% de reajuste mais um abono de R$ 2.500, bancários de todo Brasil vão parar amanhã terça-feira (6). A decisão foi tomada em assembleias realizadas ontem e na semana passada.
Ontem, foi a vez dos bancários de São Paulo, Campinas, Rio de Janeiro, Pernambuco, Ceará, Pará e demais sindicatos aprovarem por parar tudo na próxima terça. Na quarta-feira (30) grandes assembleias ocorreram em Brasília, Porto Alegre, Santa Maria, Pelotas, Novo Hamburgo e Passo Fundo e também aprovaram greve por tempo indeterminado. Anteriormente, já tinham definido pela greve os sindicatos de Bauru, Maranhão, Vitória da Conquista e Rio Grande do Norte.
Assembleia de bancários SP | Crédito: Sérgio Koei
Proposta rebaixada
A pauta foi entregue no início de agosto e apesar de cinco rodadas de discussão, infelizmente, a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) não se dignou a apresentar uma proposta justa à categoria. Os bancários vão para a greve, pois entendem essa ser a única resposta após meses de negociações sem avanços.
Os bancários exigem o fim do assédio moral, contratação de mais bancários, reposição das perdas, fim da terceirização, fim da mesa única, projetos pela melhoria da saúde do trabalhador e estabilidade no emprego.
A proposta de 5,5% foi apresentada no dia 25 de setembro e está mais de 4% abaixo da inflação. Este mesmo índice será aplicado sobre todas as cláusulas econômicas (vales e auxílios, por exemplo).
A categoria acumula perdas salariais da ordem de 20% nos bancos privados, de 80% no Banco do Brasil e de 90% na Caixa Econômica Federal.
Em contrapartida, os maiores bancos do país lucraram mais de R$ 36 bilhões em apenas seis meses.
Assembleia de bancários SP | Crédito: Sérgio Koei
O MNOB (Movimento de Oposição Bancária) critica a demora da Contraf/CUT e seus sindicatos em nível nacional, para decretar greve, que ocorre 12 dias após a negociação do dia 25.
Unidade para garantir conquistas
Para inverter esta lógica a unificação das lutas com outras categorias é muito importante. Neste sentido, a unidade com petroleiros é fundamental. Uma greve unificada de petroleiros e de bancários pode derrotar a lógica do ajuste e arrancar uma proposta decente.
Assembleia em São Paulo por unanimidade aprova greve
Assembleia de bancários SP | Crédito: Sérgio Koei
Mais de 1,5 mil trabalhadores rejeitaram em São Paulo, por unanimidade, o que consideram a pior proposta apresentada nos últimos anos e aprovaram a greve. A bancária e representante no Conselho de Administração do Banco do Brasil, Juliana Donato, ressaltou durante a assembleia que a proposta apresentada é semelhante a outras negociações com outros setores. “Os 5,5% é a cota que querem os bancários paguem com o ajuste fiscal. Além de tudo que estamos pagando, com o corte de orçamento na saúde e na educação, com ataques a direitos básicos, como seguro-desemprego e pensão por morte, além de todos esses ataques, querem ainda que a gente pague com esse reajuste pífio de 5,5%”, protestou.
Juliana chamou a unidade de todos os bancários para essa greve. “Nós precisamos da unidade de toda a categoria contra os governos e contra os banqueiros”, finalizou.
Além disso, movimento de oposição apresentou na assembleia de São Paulo uma proposta que infelizmente não foi aprovada de fazer uma paralisação até o ao meio-dia nesta sexta-feira.
Outubro de Luta
A greve dos bancários será deflagrada no mês em que a CSP-Conlutas está chamando um outubro de luta. Neste sentido, a Central e o MNOB convocam a todos os trabalhadores a integrarem as ações desse mês combativo e a buscarem relacionar as exigências nacionais dessa jornada com as pautas especificas da greve. Além disso, vamos unificar as lutas. Os petroleiros já iniciam diversas paralisações e podem unir forças com bancários e assim fortalecerem suas ações. Já começou. Nosso Outubro é de Luta!
Blog rafaelrag com ADUFCG
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