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quinta-feira, 23 de julho de 2015

Pesquisa aponta que Nordeste concentra quase 40% dos crimes violentos do País

Adendo do blog rafaelrag. O resultado desta pesquisa demonstra que não basta colocar a policia nas Ruas para prender os criminosos, pois o número de crimes com roubo, homicídios e tráfico de drogas continua aumentando. A solução é trabalhar com a família, escola e polícia.  Eu tenho dito que em  Alagoa Grande não é diferente, o crime vem aumentando devido a falta de atividades sócio-educativas, em parceria com o Conselho Tutelar e a polícia. Está será uma síntese de minha fala hoje na audiência pública de segurança, na casa Legislativa de Alagoa Grande, às 15h.

"Governos gastam mais a cada ano sem os resultados esperados pela sociedade"

O Núcleo de Estudos da Violência (NEVU) do Centro do Centro de Desenvolvimento (CDSA), campus de Sumé, da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) divulgou resultado de pesquisa sobre a dinâmica da criminalidade nos nove estados nordestinos.

A pesquisa analisou os números de crimes (roubo, homicídios e tráfico de drogas) e os indicadores institucionais de segurança pública, como gastos públicos com segurança, efetivo policial, prisões e o apreensão de armas.

Os principais resultados demonstram que a maior parte dos estados nordestinos apresentou crescimento nos números da criminalidade e que as medidas institucionais adotadas para sua redução tiveram baixa ou quase nenhuma eficácia.

"As ações governamentais de combate aos atentados à vida e ao patrimônio, bem como ao tráfico de drogas, pouco surtiram efeito - apesar de investimentos crescentes na segurança pública", ressalta o coordenador da pesquisa, professor José Maria da Nóbrega Júnior, afirmando que os governos gastam mais a cada ano sem chegar aos resultados esperados pela sociedade.

"Na maioria das vezes, os governantes definem suas estratégias de combate ao crime utilizando dados travestidos de ciência" diz o pesquisador, alertando que é necessário considerar os dados e as estatísticas acadêmicas constantemente revisadas para elaboração de planos de segurança pública exequíveis.

Ao comentar sobre a necessidade do embasamento teórico (dados estatísticos) para um melhor planejamento das ações de prevenção, o professor da UFCG destacou a questão do efetivo policial, que tem sido colocada pela literatura especializada como fundamental para o controle da criminalidade.

Nóbrega questiona até que ponto isso influencia no andamento da eficiência na segurança pública. "É uma questão importante que precisa ser averiguada", diz, considerando que a Paraíba - mesmo com o efetivo policial acrescido em quase 11% (na relação por número de habitantes) - teve as taxas de crimes ampliadas. Já Pernambuco, que reduziu em 3,9 seu efetivo policial (na mesma relação) foi o único estado nordestino que conseguiu sucesso no controle da criminalidade.

As Nações Unidas coloca o limiar de 250/100 mil habitantes como parâmetro mínimo de policiais - ou seja, para cada 100 pessoas 2,5 policiais - e, na pesquisa, nos dados de 2013, a Paraíba chegou a 300,7 policiais por cem mil. Apenas Ceará (188,6/100 mil), Maranhão (142,2/100 mil) e Piauí (229,2/100 mil) apresentaram números inferiores ao patamar estabelecido pela ONU.

Para o pesquisador, os dados apontam para que haja uma melhor estratégia de policiamento "pois a maioria dos estados está com um numerário aceitável de policiais por cem mil habitantes, e a criminalidade é crescente em quase todos eles."

"Política pública de segurança é feita com inteligência, o que requer domínio teórico e empírico", ressalta Nóbrega, afirmando que a teoria traz à luz as principais variáveis a serem testadas e que as análises dos dados oportuniza aos gestores uma ilustração do cenário vivido.
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"Os estudos acadêmicos precisam ser considerados pelos gestores públicos para uma melhor ação das suas decisões", pontuou, destacando que são realizados com intuito de diagnosticar, além da descrição dos dados, e promover resoluções mais eficazes - próximas da realidade de cada estado.

Dados

A pesquisa, de caráter estatístico e descritivo, trabalhou números de diversos bancos de dados estatístico oficiais, utilizando testes de variáveis criminais dependentes e institucionais, independente, como ferramentas para analisar o nível de contenção dos governos nordestinos perante à criminalidade.

O Maranhão foi o estado que teve o maior aumento no número de mortes por agressão, de 2000 a 2013, um acréscimo de 512,2%. No mesmo período, a Paraíba incrementou seu número de assassinatos em 204,7%, saltando dos 507, ocorridos em 2000, para 1.545 em 2013. Pernambuco foi o único estado da região que apresentou redução, com menos 27,7%.

Nos crimes contra o patrimônio, a Paraíba foi o estado nordestino que apresentou a menor taxa de roubos, 106,8 por 100 mil habitantes, no período de 2009 a 2013. Nesse mesmo período, nos números catalogados sobre o tráfico de drogas, o estado paraibano aumentou em 10,42% sua criminalidade. E as prisões pelos diversos crimes tiveram um pequeno crescimento de 4,84%.

Nos investimentos com segurança pública, o único estado do Nordeste que apresentou decréscimo nos gastos foi o Piauí, em menos 180,2%, no comparativo 2009/2013. A Paraíba ampliou em 34,08% e Sergipe, o estado nordestino que mais aplicou recursos, teve um aumento 51,5%.

Blog rafaelrag com Marinilson Braga - Ascom/UFCG 

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