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sábado, 26 de julho de 2014

Morre o astrônomo Ronaldo Mourão

Autor de 98 livros, era um dos mais respeitados astrônomos brasileiros

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Morreu na noite da sexta-feira, 25 de julho, o astrônomo Ronaldo Rogério de Freitas Mourão, de 79 anos. Ele estava internado no Hospital Quinta D'or desde sábado (19) com pneumonia dupla. O astrônomo também sofria do Mal de Parkinson. Há cerca de duas semanas, Mourão sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC) hemorrágico.

Fundador do Museu de Astronomia e Ciências Afins (Mast) e pesquisador e sócio titular do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IGHB), Ronaldo Rogério de Freitas Mourão ficou conhecido como uma das maiores autoridades em astronomia do Brasil. O astrônomo, que publicou seus primeiros artigos de divulgação científica na revista Ciência Popular, em 1952, possui quase cem livros publicados e mais de mil ensaios publicados em livros, revistas e jornais.

Entrou em 1956 para Universidade do Estado da Guanabara (atual UERJ), onde obteve, em 1960, os títulos de Bacharel e Licenciado em Física pela Faculdade de Filosofia, Ciência e Letras. Foi nomeado em setembro de 1956 Auxiliar de Astrônomo do Observatório Nacional, quando ainda cursava a universidade. Em 1960, publicou o seu primeiro livro: Astronomia Popular, edição especial da revista Ciência Popular.

Em julho de 1967, obteve o título de doutor pela Universidade de Paris com menção "Très Honorables". Em dezembro desse ano voltou para o Brasil, reassumindo suas funções como astrônomo no Observatório Nacional e de Pesquisador no Conselho Nacional de Pesquisa. Em março do ano seguinte foi nomeado Astrônomo-Chefe da Divisão de Equatoriais.

Suas principais contribuições astronômicas foram efetuadas no campo das estrelas duplas, asteróides, cometas e estudos das técnicas de astrometria fotográfica. Em janeiro de 1997, foi agraciado pelo Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo com o colar do centenário e o respectivo diploma, como destaque cultural do ano de 1996. Em março de 1999, tomou posse na Academia Luso-Brasileira de Letras, na cadeira 38, que tem como patrono Gregório de Matos. Em junho do mesmo ano, foi eleito membro da Academia Brasileira de Filosofia, na cadeira 41, que tem como patrono Roberto Marinho de Azevedo.

Ao lançar "O livro de ouro do universo", em 2001, mais uma obra sobre sua especialidade, o astrônomo acabou revelando que é cético em relação às previsões dos astros. Durante uma entrevista, o cientista surpreendeu ao comentar sobre a astrologia:

— É claro que os astros não mentem jamais. Eles não dizem nada mesmo — disse.

O secretário Marcelo Belo David, que trabalhou com ele por 31 anos, ressaltou que Rogério Mourão é considerado um ícone na história da astronomia brasileira.

— Ele era uma pessoa muito humana e maravilhosa. Fez muita coisa pelo Brasil. Abriu mão de sua carreira internacional para se dedicar a astronomia brasileira, um de seus grandes sonhos — contou.

Mourão deixa quatro filhos e dois netos. O corpo do astrônomo foi enterrado às 15h no Cemitério São Francisco Xavier, no Caju.

Blog rafaelrag com o Globo

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