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terça-feira, 1 de abril de 2014

ESTADOS UNIDOS - A GRANDE POTÊNCIA ECONÔMICA MUNDIAL

Adendo do blog rafaelrag. Os Estados Unidos da América é a maior potencia mundial se destacando, na produção de tecnologia e ciências, economia, cultura, armamento militar, esporte e atletismo. Dominam a imprensa falada, escrita e da televisão, comandam a maior rede de computadores do mundo.

  Considerando a economia  mundial em meados do século XIX, os Estados Unidos já apresentavam condições ideais para tornar-se a maior potência mundial, substituindo o Reino Unido. Sua estrutura econômica apresentava os melhores indicadores da futura liderança que o país iria exercer. A dimensão e os recursos naturais do território estadunidense foram fundamentais para sua autossuficiência.
  A distância geográfica entre os Estados Unidos e a Europa também favoreceu o fortalecimento de sua economia, pois os estadunidenses ficaram afastados da Primeira Guerra Mundial (1914-1918) e dos inevitáveis desgastes resultantes do conflito. Isso também reforçou, naquela época, sua política de isolamento, tanto que somente em 1917 o governo estadunidense enviou tropas para a Europa. Ao arruinar a economia dos países europeus, a Primeira Guerra Mundial livrou muitas empresas norte-americanas das dívidas que tinham com bancos europeus e transformou os Estados Unidos no maior credor daquele continente.

Primeira Guerra Mundial - fator que foi decisivo para que os EUA se tornassem a grande potência econômica mundial
  Outro elemento que contribuiu enormemente para a expansão dos Estados Unidos, foi a sua abertura para a imigração. Cerca de 40 milhões de imigrantes, em sua maioria europeus, foram para os Estados Unidos  no século XIX e na primeira metade do século XX. Eles foram decisivos para o crescimento econômico e militar do país. Ao contrário do Brasil - que em 1850, em face do aumento da imigração, proclamou a tristemente Lei das Terras,  segundo a qual uma pessoa só poderia ser proprietária de uma gleba comprando-a com dinheiro -, os Estados Unidos permitiu que toda família que desbravasse o Oeste do país se tornasse proprietária de parcelas de terras (com um limite de tamanho) pura e simplesmente se apropriando delas. Isso atraiu mais imigrantes com iniciativa (ao contrário do Brasil, onde muitos deixaram o país depois de perceberem que foram iludidos pela propaganda que queria atrair apenas mão de obra barata para a lavoura), que no fundo foram os que fizeram boa parte da grandeza do país. O país se tornou assim majoritariamente um país de pequenos e médios proprietários de terras, algo que gera uma sociedade mais coesa, estável e dinâmica.
Família de imigrantes em busca do Oeste dos EUA
  O papel de superpotência inquestionável do mundo capitalista foi assumido pelos Estados Unidos no fim da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) e durou até mais ou menos 1991, quando houve a dissolução da União Soviética e o fim da Guerra Fria. Esses fatos permitiram uma grande autonomia à Europa, que antes era dependente da proteção estadunidense contra possíveis ataques do bloco socialista vizinho. Além disso, desde os anos 1970, o Japão e a Europa Ocidental cresceram economicamente mais que os Estados Unidos, o que levou a alguns especialistas a falarem em três centros do capitalismo mundial: Estados Unidos, Europa e Japão. E mais recentemente a China desponta como uma nova potência econômica mundial, podendo inclusive ultrapassar os Estados Unidos nas próximas décadas.
Segunda Guerra Mundial - consolidou o poderio norte-americano
ECONOMIA EXTRATERRITORIAL
  Mesmo sendo a maior economia do mundo, a economia estadunidense não se limita à sua produção dentro do país. Existe a chamada economia extraterritorial, isto é, as empresas ou negócios que os estadunidenses possuem no exterior. De longe é a maior economia extraterritorial do mundo. Calcula-se que o valor da produção das afiliadas ou filiais de empresas estadunidenses no exterior ultrapasse a casa de 1 trilhão de dólares ao ano.


Coca-Cola - empresa norte-americana considerada a maior fabricante de bebidas do mundo
  Em determinados países, as filiais de empresas estadunidenses chegam a contribuir com uma parcela considerável do PIB: cerca de 17% na Irlanda, 10% no Canadá e 9% em Cingapura. A maior parte desses investimentos produtivos encontra-se na Europa Ocidental - com cerca de 60% do total - vindo depois o Canadá e a América Latina.
A MAIOR AGRICULTURA DO MUNDO 

  O Estados Unidos têm a mais importante agropecuária do mundo, além das  atividades industriais e das atividades pré-industriais, com destaque para as finanças, acessorias, pesquisas, educação, turismo, informática, telecomunicações etc.
  A agroindústria, ou agrobusiness, é a mais extensa e desenvolvida do globo. As fazendas americanas produzem grandes quantidades de produtos vegetais, que são mais do que suficientes para atender à demanda nacional e até mesmo ao mercado internacional. Os Estados Unidos são o maior exportador mundial de produtos agrícolas, desde soja até trigo, passando por frutas, milho, algodão, amendoim etc.
  Existe uma tradição nos Estados Unidos de empregar a palavra beltno sentido de "cinturão" ou "zona", ou seja, as áreas onde se cultiva bastante um determinado produto. As principais áreas são:
Corn Belt ou zona produtora de milho, que se localiza no meio-oeste do país (Kansas, Illinois, Indiana, Michigan e outros);

Cotton Belt ou zona produtora de algodão e o Rice Belt, ou "Cinturão do Arroz", que se localizam nos estados sulinos;
Cotton Belt
Wheat Belt ou "Cinturão do Trigo", localizado principalmente no Kansas;
Cinturão do Trigo
Citrus Belt ou regiões produtoras de frutas cítricas, que se localiza na Flórida e Califórnia etc.
Mapa dos Cinturões Agrícolas
  A grande disponibilidade de terras, juntamente com o uso de máquinas e modernas técnicas de cultivo, contribuiu para que os Estados Unidos se tornassem a maior potência agropecuária do mundo. Todavia, custa caro utilizar tais técnicas e equipamentos. Os fazendeiros que não têm meios para adquiri-los não conseguem vender seus produtos, que são mais caros que aqueles produzidos com o uso de modernos equipamentos e técnicas, e eles, então, são forçados a vender suas terras e buscar emprego nas cidades.
Cultivo mecanizado de trigo nos EUA
O ESPAÇO URBANO-INDUSTRIAL DOS EUA
  O processo de industrialização dos Estados Unidos provocou, no começo do século XIX, uma forte concentração industrial na região nordeste do país, que é formada pelas porções centro-norte da costa atlântica mais a região dos Grandes Lagos. Porém, desde a segunda metade do século XX, vem ocorrendo uma desconcentração espacial da indústria nos Estados Unidos, embora a região nordeste ainda seja uma das mais industrializadas. Além da atividade industrial, essa região sedia os maiores empreendimentos da economia desse país. Porém, a porção litorânea do Golfo do México e, principalmente, a costa do Pacífico tendem a desempenhar um papel cada vez mais importante na economia dos Estados Unidos.

Áreas industriais dos Estados Unidos
  Na parte centro-norte da costa leste formou-se, até 1970, a mais extraordinária megalópole do país e do mundo, que se estende de Boston a Washington, ao longo de seiscentos quilômetros da costa atlântica. Aí se localizam as grandes metrópoles de Nova York, Filadélfia e Baltimore.
Megalópole Bos-Was
  Essa extensa porção do espaço estadunidense apresenta hoje uma industrialização em declínio, mas continua concentrando as maiores rendas do país, além de seus maiores recursos financeiros. Isso porque abriga os dois centros de decisão dos Estados Unidos: o político, em Washington, e o econômico-financeiro, em Nova York, cidade que concentra a maior parte das atividades financeiras do país e onde está a maior parte das sedes das multinacionais e seus laboratórios de pesquisa.
Casa Branca - sede do governo norte-americano
  Outra área de antiga concentração industrial do fim do século XIX é a região dos Grandes Lagos - Superior, Michigan, Ontário, Erie e Huron -, que constitui uma verdadeira bacia marítima no interior do território, facilitando a navegação. A escavação do canal Erie permitiu a navegação até Nova York e o estabelecimento de relações entre o centro-norte e a costa atlântica.
Canal do LagoErie
  Os recursos naturais dessa região (ferro explorado a céu aberto, carvão mineral, cobre, petróleo etc.) ainda hoje permitem o desenvolvimento de atividades industriais importantes nas cidades de Detroit (capital do automóvel), Chicago (importante centro financeiro), Buffalo (eletroquímica e eletrometalurgia), Toledo (primeiro centro a desenvolver a indústria de vinho), Pittisburgh (capital mundial do aço até a década de 1950) e Duluth (importante centro siderúrgico).
Detroit - conhecida como a capital mundial do automóvel
  O sul atlântico dos Estados Unidos, região tradicionalmente agrícola e pouco industrializada, onde no passado apenas a indústria têxtil se destacava, passou a apresentar uma importante diversificação industrial com o desenvolvimento petrolífero da década de 1950. Ali se desenvolveu, então, a indústria petroquímica, aeronáutica e de energia nuclear. Mas essa alteração não promoveu o completo desenvolvimento social da região, tanto que nos estados sulinos a urbanização e o padrão de vida continuam sendo os mais baixos do país. A única grande cidade da região é Atlanta.
Atlanta - importante cidade do sul dos EUA
  A porção litorânea do golfo do México, que vai da península da Flórida até o rio Grande, na fronteira com o México, teve um significativo desenvolvimento a partir da década de 1960, o que provocou o crescimento elevado de sua população urbana. Os fatores que contribuíram para esse desenvolvimento foram:
  • as jazidas de petróleo e gás natural e os recursos em fosfato da região, que começaram a ser industrializados e deram origem a indústrias químicas (borracha sintética, adubos químicos etc.);
  • duas importantes bases espaciais foram instaladas ali: cabo Kennedy, na Flórida, para o lançamento dos voos espaciais, e Houston, no Texas, segundo centro da Nasa (National Aeronautics and Space Administration).
Cabo Kennedy - importante centro de lançamento de foguetes espaciais
  Por tudo isso, a porção litorânea do golfo do México, conhecida como "jovem sul", destaca-se dos demais estados sulinos.
  A costa oeste dos Estados Unidos, banhada pelo oceano Pacífico, iniciou seu desenvolvimento industrial após a Segunda Guerra Mundial. Durante o conflito mundial e por motivo de segurança interna, em várias cidades estadunidenses foram instaladas indústrias aeronáuticas, petroquímicas, de alumínio e outras também ligadas à produção de materiais bélicos. Assim, uma das principais características dessas indústrias é a especialização no setor armamentista. Destacam-se também as indústrias de componentes eletrônicos e de aparelhos elétricos e eletrônicos.

São Francisco - importante cidade do oeste dos EUA
  Os principais centros industriais e urbanos da região são: Seattle, onde fica a sede da Boeing; São Francisco, maior porto da costa oeste; e Los Angeles. Essas duas últimas metrópoles, juntamente com outras cidades vizinhas, formam a segunda megalópole do país, a megalópole San-San (San Francisco e San Diego).
Megalópole San-San (São Francisco à San Diego)
  Ao sul de São Francisco, especialmente ao redor das cidades de Palo Alto e San José, existe o famoso Silicon Valley, o Vale do Silício (um elemento importante na fabricação de chips de computador e de condutores para comunicações). Trata-se de uma área que combina boas universidades e centros de pesquisa com mão de obra de alta escolaridade e matérias-primas para indústrias de alta tecnologia: informática (tanto computadores quanto programas para eles), condutores e semicondutores, equipamentos de comunicação etc. Essa área industrial é de crescimento recente, posterior a 1970.
Mapa do Vale do Silício
ALGUNS DADOS SOBRE O PAÍS
NOME OFICIAL: Estados Unidos da América (Unitade States of America)
INDEPENDÊNCIA: 04 de julho de 1776 (do Reino da Grã-Bretanha) 
LOCALIZAÇÃO: na região central da América do Norte, entre os oceanos Atlântico e Pacífico
CAPITAL: Washington D.C.
Washington D.C. - capital dos Estados Unidos
ÁREA:  9.372.610 km² - incluindo o Alasca e o Havaí (4º)
POPULAÇÃO (ONU - 2011):  313.232.044 habitantes (3º)
DENSIDADE DEMOGRÁFICA (ONU):  33,41 hab./km² (143°)
CIDADES MAIS POPULOSAS (2010):
Nova York: 8.459.026 habitantes

Nova York - maior cidade dos EUA
Los Angeles: 3.878.315 habitantes
Los Angeles - segunda maior cidade dos EUA
Chicago: 2.878.948 habitantes
Chicago - terceira maior cidade dos EUA
LÍNGUA: nenhuma a nivel federal, mas o inglês é a língua de fato, porém vários estados especificaram o inglês como idioma oficial e alguns Estados especificaram um segundo idioma oficial.
IDH (ONU - 2010): 0,902 (4°)
PIB (FMI - 2010): U$ 14,660 trilhões (1°)
EXPECTATIVA DE VIDA (ONU - 2005/2010):  78,2 anos (38º)
MORTALIDADE INFANTIL (ONU - 2005/2010): 6,3/ mil (33°)
TAXA DE URBANIZAÇÃO (CIA WORLD FACTBOOK - 2008): 82% (28°)
TAXA DE ALFABETIZAÇÃO (PNUD - 2007/2008): 99% (19°)
MOEDA: dólar estadunidense
RELIGIÃO:  protestantes (51,3%), católicos (23,9%), sem religião (16,1%), outros cristãos (3,3%), judaísmo (1,7%), outros (3,7%)
DIVISÃO: os Estados Unidos são uma união federal de cinquenta estados. Os originais foram os sucessores das Treze Colônias que se rebelaram contra o domínio britânico. No início da história do país, três novos estados foram organizados em território separados das reivindicações dos estados existentes: Kentucky da Virgínia; Tennessee da Carolina do Norte e Maine de Massachusetts. A maioria dos outros estados foi esculpida a partir de territórios obtidos através de guerras ou por aquisições do governo estadunidense. Um conjunto de exceções compreende Vermont, Texas e Havaí: cada um era uma república independente antes de ingressar na união. Durante a Guerra Civil Americana, a Virgínia Ocidental se separou da Virgínia. O mais recente Estado, o Havaí, foi anexado em 21 de agosto de 1959.
  Os estados compõem a maior parte da massa terrestre estadunidense, as duas outras áreas consideradas partes integrantes do país são o Distrito de Colúmbia, o distrito federal, onde se localiza a capital Washington, e o Atol Palmyra, um território integrado, mas desabitado no oceano Pacífico.
  Os Estados Unidos também possuem cinco grandes territórios ultramarinos: Porto Rico e Ilhas Virgens Americanas, no Caribe, e Samoa Americana, Guam e as Ilhas Marianas do Norte, no Pacífico.
  As pessoas nascidas nos territórios (exceto na Samoa Americana) possuem cidadania estadunidense. Cidadãos estadunidenses residentes nos territórios têm muitos dos mesmos direiros e responsabilidades dos cidadãos residentes nos estados, no entanto, eles geralmente são isentos do imposto de renda federal, não podem votar para presidente e têm apenas uma representação sem direito a voto no Congresso.
San Juan - capital de Porto Rico
FONTE:  VESSENTINI, José William. Geografia: o mundo em transformação. 1ª edição. Editora Ática: São Paulo, 2009.

Blog rafaelrag com o professor Marciano Dantas

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