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terça-feira, 3 de setembro de 2013

O genial protesto com música de raiz sertaneja, trazendo letra uma interação política bem ao gosto da plateia

Por Edu Lobo e Capinam 

Capinam, Marilia Medalha e Edu Lobo

O advogado, publicitário, poeta e letrista baiano José Carlos Capinam explica que, a vitória de “Ponteio” no III Festival da Record, em 1967, música de raiz sertaneja, trazia na letra uma interação política bem ao gosto da plateia mais politizada, com alusões certeiras ao desejo de mudança: Certo dia que sei por inteiro/ eu espero, não vá demorar/ este dia estou certo que vem/ digo logo o que vim pra buscar(…) vou ver o tempo mudado/ e um novo lugar pra cantar. Era o bordão contra a ditadura militar, então, vigente no pais desde 1964. Esta música foi gravada no LP Edu Lobo, Marília Medalha, grupo Momento Quatro e grupo Quarteto Novo, em 1967, pela Philips.


PONTEIO
Edu Lobo e José Carlos Capinam

Era um, era dois, era cem
Era o mundo chegando e ninguém
Que soubesse que eu sou violeiro
Que me desse ou amor ou dinheiro
Era um, era dois, era cem
Vieram pra me perguntar
Ô, você, de onde vai, de onde vem
Diga logo o que tem pra contar

Parado no meio do mundo
Senti chegar meu momento
Olhei pro mundo e nem via
Nem sombra, nem sol, nem vento

Quem me dera agora
Eu tivesse a viola pra cantar
Era um dia, era claro, quase meio
Era um canto calado, sem ponteio
Violência, viola, violeiro
Era morte em redor, mundo inteiro

Era um dia, era claro, quase meio
Tinha um que jurou me quebrar
Mas não lembro de dor nem receio
Só sabia das ondas do mar

Jogaram a viola no mundo
Mas fui lá no fundo buscar
Se eu tomo a viola ponteio
Meu canto não posso parar, não

Quem me dera agora
Eu tivesse a viola pra cantar


Era um, era dois, era cem
Era um dia, era claro, quase meio
Encerrar meu cantar já convém
Prometendo um novo ponteio

Certo dia que sei por inteiro
Eu espero, não vá demorar
Este dia estou certo que vem
Digo logo o que vim pra buscar

Correndo no meio do mundo
Não deixo a viola de lado
Vou ver o tempo mudado
E um novo lugar pra cantar

Quem me dera agora
Eu tivesse a viola pra cantar

(Colaboração enviada por Paulo Peres ao Tribuna de Imprensa)
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Um comentário:

  1. Educação ajustada à realidade

    A partir do momento em que ficou cientificamente comprovado que nascermos com um acervo de experiências trazidas pela ”consciência”, ou alma ou espírito, surgiu o enorme desafio de se ajustar a educação a esta realidade.

    Até recentemente ocorriam casos esporádicos de genialidades precoces na música, matemática, física, pintura, literatura, e outras áreas e que eram registrados como ocorrências inexplicáveis e ficava por isso mesmo.

    Felizmente, entretanto, a educação dos filhos mudou no sentido de se dar mais liberdade a eles, seja pelo gradativo desaparecimento da família tradicional, pela libertação das mulheres do jugo de maridos autoritários, pela diminuição da influência dos pais na educação dos filhos, pela sociabilização precoce, e outros fatores relevantes, que viabilizaram uma educação mais racional.

    Associado a esse conjunto de alterações, surgiu o desenvolvimento da informática, área pouco dominada pelos adultos e que ficou aberta para os jovens. Houve, então, uma inversão de valores e eles passaram a prestar assessoria aos avós e, muitas vezes, aos próprios pais.

    Constata-se que agora os jovens não somente se destacam precocemente nesta área, como estão assumindo empreendedorismos impensáveis até recentemente.

    Entende-se o quanto de frustração sofreram as gerações passadas, e justifica-se a rebeldia de uma juventude tolhida no seu desenvolvimento. Tolhimento que a escola tradicional ainda pratica, infelizmente,

    Ter consciência do problema é o primeiro passo para se ter soluções.

    Texto transcrito do site www.vidacomqualidade.net

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