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sábado, 24 de novembro de 2012

A Maçonaria Adonhiramita em Construção – Parte 2


 



“Eu confio em você. Vá na direção de si mesmo, eu não vou verificar onde você vai, eu sei que para onde você vai é bom para você. E você, confie em mim, para onde eu vou será bom para mim”. Jean-Yves Leloup. Apocalipse – Clamores da revelação.

É necessário conhecer a si mesmo, aceitar-se, ter uma identidade bem enraizada, livre e desapegada para que surja o autêntico interesse pelo outro. A pedra foi desbastada, melhorada, com a finalidade de unir-se a outra pedra, de harmonizar-se com as demais pedras e assim propiciar a construção da Maçonaria Adonhiramita.

A pedra cúbica

A pedra cúbica é o símbolo do grau do companheirismo, o estágio do cuidar dos outros.
O grau de companheiro maçom revela que o desbastar das pedras brutas não conduz a um único padrão de pedra polida. Ao contrário, revelar-se-á a diversidade de pedras cúbicas.
No grau de companheiro, o obreiro é chamado a continuar o seu caminho de aperfeiçoamento. Se no grau - de aprendiz - o primeiro passo foi conhecer a si mesmo; no grau - de companheiro - o primeiro passo consiste em conhecer o outro.
Conhecer o outro significa compreender que o outro é diferente. É constatar a necessidade do relacionar com o diferente para a construção de algo em comum e duradouro. Conhecer o outro significa que a minha pedra viva, que sou eu, não tem sentido sozinha, necessita do relacionamento com as outras pedras. Pois, com uma única pedra não é possível construir um templo ao saber, uma semente de uma sociedade justa e perfeita.
A Maçonaria Adonhiramita só poderá existir como o conjunto de todas estas pedras vivas que precisam ficar juntas, em um relacionamento de pedras polidas, pedras cúbicas. Pedras que permitam encaixamentos justos e perfeitos.
O obreiro pode se reconhecer no grau de companheiro se ele é capaz de assegurar as características regionais dos outros, se é capaz de assegurar as diferentes formas de orar dos outros. Enfim, se ele já é capaz de reconhecer os diferentes níveis de consciência dos outros.
Conhecer o outro significa que a construção do templo maçônico se dará mediante o emprego de pedras polidas, porém respeitado a especificidade de cada pedra. Assim, além de conhecer o outro, é preciso entender que o outro é diferente. Reconhecer que esta diferença não ameaça a minha forma de ser e que, nem a forma diferente do outro crer, não ameaça a minha forma de crer. Pois, conhecer o outro e aceitar o que se conhece se constituem nas duas primeiras etapas do grau de companheiro. Estes são os princípios em que se baseiam as organizações maçônicas adonhiramitas, que combatem no seu interior o sectarismo político e/ou religioso.
A terceira etapa do polimento da pedra cúbica - naturalmente, após as duas primeiras etapas -, consiste na confiança no outro. A maçonaria esta sendo construída porque confiamos em nós mesmos e temos confiança nos outros. A maçonaria é considerada uma Ordem porque esta confiança é o contrário do Caos.
A minha confiança no companheiro vai ajudá-lo no seu desenvolvimento e a confiança do companheiro em mim vai colaborar com o meu desenvolvimento. Nesta relação, existe o interesse comum do aperfeiçoamento mútuo. Nas palavras do mestre Leloup: eu confio em você, para que você possa conhecer a si mesmo e conhecer-me neste conhecimento.
A consequência do conhecimento do outro e da aceitação do diferente conduz a um grau maior de enraizamento do maçom. Este enraizamento é o que nos permite acreditar na construção de uma sociedade justa e perfeita. O conhecimento e a aceitação da alteridade proporcionam, além da confiança no outro, a fidelidade.
O princípio da fidelidade decorre do fato de que, se eu confio em você, você não poderá me enganar de forma inconsciente. E se você me enganar conscientemente saberá da dor que me causará. Esta consciência da dor causada no outro é a semente do arrependimento e da mudança.
O mestre Kalil Gibran nos lembra que as árvores não crescem na sobra da outra, cada uma tem a necessidade do seu espaço para crescer. Assim, como na construção da maçonaria, cada pedra tem necessidade do seu espaço. Como lembra o mestre Leloup, o cimento entre as pedras é a confiança e a fidelidade.
Irmão Hiran de Melo - Mestre Instalado, Cavaleiro Rosa Cruz e Noaquita - oráculo de Melquisedec, vale do Mirante, 03 de novembro de 2012 da Revelação do Cristo.

http://hiranmelo.blogspot.com.br/

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