Apesar de terem
percepções distintas sobre o recado das urnas nas eleições municipais do
último domingo (7/10), os senadores Alvaro Dias (PSDB-PR), Jorge Viana
(PT-AC), Cristovam Buarque (PDT-DF) e Paulo Paim (PT-RS) convergem
quanto à urgência de uma reforma política no país.
Deputados têm dois dias para negociar MP do Código Florestal
Em comum, os parlamentares apontam o envelhecimento das regras que norteiam as eleições no Brasil.
“O processo político e o regramento eleitoral estão aquém dos avanços que já conquistamos no país”, avalia Viana.
Para ele, a
reforma política é “o dever de casa” que o Congresso precisa fazer,
instituindo, entre outras, normas claras para evitar “partidos
cartoriais e alianças cartoriais”.
No mesmo sentido, Buarque afirma que os partidos perderam sua ideologia e
sua identidade. “A democracia que nós estamos sustentando há mais de 20
anos é incompleta por falta de partidos com nitidez. Ela é incompleta
pela possibilidade de compra de votos, pelas contribuições privadas, que
amarram os eleitos aos contribuintes de suas campanhas”, disse o
senador pelo DF.
Também Dias aponta contradição na formação de alianças entre as legendas
e falência dos partidos. “Vimos o desencanto do eleitor com esse
sistema eleitoral que permite alianças contraditórias, orientadas por
interesses obscuros e sem propósito programático”, disse.
Entre os temas da reforma política, Paim afirmou que o financiamento
público excluviso das campanhas seria condição para reduzir a influência
do poder econômico nos pleitos e igualar as chances dos candidatos. Com
visão semelhante, Cristovam disse ser necessário um modelo de campanhas
que não amarre os políticos eleitos a seus financiadores.
Para os parlamentares, a falta de regras eleitorais claras leva à
judicialização da política, ou seja, à necessidade de arbitragem ou
interpretação das normas pelo Judiciário.
“Por incompetência nossa de fazer boa lei aqui dentro, exige-se a
interpretação”, diz Buarque.
Propostas da reforma política
O projeto que trata do financiamento público exclusivo de campanha (PLS
268/11 - Projeto de Lei do Senado) integra um conjunto de propostas da
reforma política em discussão no Senado. O texto aguarda votação no
Plenário, ao lado de propostas que tratam da suplência de senador (PEC
37/11 - Proposta de Emenda a Constituição), do sistema eleitoral
brasileiro (PEC 43/11), das coligações partidárias (PEC 40/11), da
fidelidade partidária (PLS 266/11) e da data de posse de presidente da
República, governadores e prefeitos (PEC 38/11).
Os senadores já
aprovaram e enviaram à Câmara o PLS 265/11, que veda a transferência de
domicílio eleitoral de prefeitos e vice-prefeitos durante o exercício do
mandato, e o PLS 267/11, que trata da cláusula de desempenho partidário
nas eleições.
Foram rejeitadas pelos senadores a PEC 39/11, que acaba com a
possibilidade de reeleição para presidente, governador e prefeito, e a
PEC 41/11, que põe fim à exigência de filiação partidária para
candidatos em eleições municipais.
Agência Senado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário