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sábado, 23 de junho de 2012

Capes publica 1º livro sobre desenvolvimento sustentável


Diante da evidência do termo desenvolvimento sustentável, a Capes publicou o livro 'Contribuição da pós-gradução brasileira para o desenvolvimento sustentável', usando o tema principal da Rio+20. Essa é a primeira publicação da Capes sobre essa temática, cujo objetivo é divulgar os avanços da pós-graduação nos últimos 20 anos e traçar as perspectivas futuras.

O presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Jorge Almeida Guimarães, disse que a elaboração do livro, lançado dia 20 de junho no evento PopCiência na Rio+20, permitiu identificar áreas para quais serão lançados três editais para pesquisa e formação de mestres e doutores, em rede nacional ou internacional.

Como resultado do livro, segundo Guimarães, a Capes também começa a identificar as universidades que ainda não possuem cursos na área de desenvolvimento sustentável. A ideia é dinamizar os cursos de mestrado profissional, nessa temática, ainda que "os cursos de mestrados acadêmicos e doutorados sejam bem-vindos no órgão".

Segundo ele, a pós-graduação contribui para promover o desenvolvimento sustentável.  "A pós-graduação é que forma os recursos humanos qualificados para enfrentar os desafios que são resolvidos com ciência e tecnologia", disse Guimarães ao Jornal da Ciência.

O presidente da Capes destaca que o desenvolvimento sustentável é um tema novo, com 30 anos no máximo - o qual ganhou corpo na Rio92 (Eco-92), tendo no início da década de 1980 o começo de suas discussões.

Cenário mundial

Hoje a China lidera a publicação de artigos científicos sobre desenvolvimento sustentável, com mais de 6 mil artigos, a frente dos Estados Unidos. As publicações chinesas começaram em 1996, no mesmo ano em que o Brasil também fez publicação. Hoje o País é responsável por 600 artigos nessa temática, dez vezes menos do que a China, na 15ª posição internacional na publicação científica com essa temática. O Brasil voltou a publicar artigos científicos, sobre essa temática, a partir de 1992, um único artigo.

Com exceção da China, o foco das publicações internacionais é meio ambiente, ecologia e tubos ambientais, áreas bem acadêmicas. Já o foco das publicações da China é o aplicado (profissional).

O fato de a China configurar na liderança de publicação científica sobre essa temática, não significa que os chineses são líderes em políticas de desenvolvimento sustentável. "Eles ainda têm muitos desafios, uma população enorme com problemas sérios de pobreza. A Índia e o Brasil também têm, mas são problemas menores. O Brasil começa a sair dessa situação e acho que estamos indo bem", explicou o presidente da Capes. Para ele, o resultado da China é um esforço de entender que eles precisam investir no desenvolvimento sustentável.

Amazônia

O livro foi organizado pelo coordenador da área de ciências ambientais da Capes, Arlindo Philippi Júnior, que segundo disse, a publicação caracteriza o quanto o Sistema Nacional de Pós-Graduação tem contribuído para as questões da sustentabilidade. E pela pesquisadora Maria do Carmo Martins Sobra, do órgão e da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). O livro aborda, por exemplo, um capítulo específico sobre a Amazônia, onde ainda existem poucos doutores e pesquisadores, além de possuir um baixo índice de desenvolvimento humano (IDH), embora a região tenha crescido nos últimos 20 anos. Maria do Carmo recomenda aumentar a formação de recursos humanos na área de desenvolvimento sustentável e levar profissionais de outras regiões para se fixarem lá. A publicação tem como base as metas do Plano Nacional de Pós-Graduação (PNPG) 2011-2020.

(Viviane Monteiro - Jornal da Ciência)

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