Diante
da evidência do termo desenvolvimento sustentável, a Capes publicou o
livro 'Contribuição da pós-gradução brasileira para o desenvolvimento
sustentável', usando o tema principal da Rio+20. Essa é a primeira
publicação da Capes sobre essa temática, cujo objetivo é divulgar os
avanços da pós-graduação nos últimos 20 anos e traçar as perspectivas
futuras.
O
presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior (Capes), Jorge Almeida Guimarães, disse que a elaboração do
livro, lançado dia 20 de junho no evento PopCiência na Rio+20, permitiu
identificar áreas para quais serão lançados três editais para pesquisa e
formação de mestres e doutores, em rede nacional ou internacional.
Como
resultado do livro, segundo Guimarães, a Capes também começa a
identificar as universidades que ainda não possuem cursos na área de
desenvolvimento sustentável. A ideia é dinamizar os cursos de mestrado
profissional, nessa temática, ainda que "os cursos de mestrados
acadêmicos e doutorados sejam bem-vindos no órgão".
Segundo
ele, a pós-graduação contribui para promover o desenvolvimento
sustentável. "A pós-graduação é que forma os recursos humanos
qualificados para enfrentar os desafios que são resolvidos com ciência e
tecnologia", disse Guimarães ao Jornal da Ciência.
O
presidente da Capes destaca que o desenvolvimento sustentável é um tema
novo, com 30 anos no máximo - o qual ganhou corpo na Rio92 (Eco-92),
tendo no início da década de 1980 o começo de suas discussões.
Cenário mundial
Hoje
a China lidera a publicação de artigos científicos sobre
desenvolvimento sustentável, com mais de 6 mil artigos, a frente dos
Estados Unidos. As publicações chinesas começaram em 1996, no mesmo ano
em que o Brasil também fez publicação. Hoje o País é responsável por 600
artigos nessa temática, dez vezes menos do que a China, na 15ª posição
internacional na publicação científica com essa temática. O Brasil
voltou a publicar artigos científicos, sobre essa temática, a partir de
1992, um único artigo.
Com
exceção da China, o foco das publicações internacionais é meio
ambiente, ecologia e tubos ambientais, áreas bem acadêmicas. Já o foco
das publicações da China é o aplicado (profissional).
O
fato de a China configurar na liderança de publicação científica sobre
essa temática, não significa que os chineses são líderes em políticas de
desenvolvimento sustentável. "Eles ainda têm muitos desafios, uma
população enorme com problemas sérios de pobreza. A Índia e o Brasil
também têm, mas são problemas menores. O Brasil começa a sair dessa
situação e acho que estamos indo bem", explicou o presidente da Capes.
Para ele, o resultado da China é um esforço de entender que eles
precisam investir no desenvolvimento sustentável.
Amazônia
O
livro foi organizado pelo coordenador da área de ciências ambientais da
Capes, Arlindo Philippi Júnior, que segundo disse, a publicação
caracteriza o quanto o Sistema Nacional de Pós-Graduação tem contribuído
para as questões da sustentabilidade. E pela pesquisadora Maria do
Carmo Martins Sobra, do órgão e da Universidade Federal de Pernambuco
(UFPE). O livro aborda, por exemplo, um capítulo específico sobre a
Amazônia, onde ainda existem poucos doutores e pesquisadores, além de
possuir um baixo índice de desenvolvimento humano (IDH), embora a região
tenha crescido nos últimos 20 anos. Maria do Carmo recomenda aumentar a
formação de recursos humanos na área de desenvolvimento sustentável e
levar profissionais de outras regiões para se fixarem lá. A publicação
tem como base as metas do Plano Nacional de Pós-Graduação (PNPG)
2011-2020.
(Viviane Monteiro - Jornal da Ciência)
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