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terça-feira, 22 de maio de 2012

Os Indicativos da greve na UFCG

Hiran de Melo – professor


A grande presença à assembléia da ADUFCG (associação dos docentes), que aprovou o indicativo de grave, também foi um indicativo da chegada de novos tempos. Com outro detalhe: a aprovação, sem maiores empenhos da diretoria, indicou que existe uma vontade enorme por mudanças.

Pudemos observar que as manifestações, dos novos participantes, vinham de todas as direções e convergiam na constatação de que o rumo que a universidade vem tomando não atende aos anseios dos que escolheram construir uma instituição de qualidade voltada para o desenvolvimento do país e da sua população.

Podemos, mais uma vez, constatar, nas intervenções propositivas dos docentes na assembléia, uma considerável insatisfação com a situação presente e com as perspectivas que o grupo dirigente da instituição apresenta. Além disso, percebemos o número crescente de docentes que se manifestam abertamente em defesa de uma universidade sob a égide da meritocracia.

Não é exagero afirmar que, muito mais do que uma questão salarial, o que move os docentes a favor da paralisação é a necessidade de avaliar o que estamos construindo. E, nesse aspecto, o pensamento constituído é  de que, antes de ser uma instituição de múltiplos campi, a UFCG é uma universidade fragmentada.

Pois, bem antes da consolidação dos cursos existentes, outros foram criados numa política desenfreada de expandir o nosso ensino de qualidade para uma clientela que não tem se mostrado tão interessada e ansiosa por tal ensino. Basta observarmos o número absurdo de chamadas do nosso vestibular, devido ao não preenchimento das vagas ofertadas.

Isso indica, melhor, começa a revelar, uma resposta negativa à questão se “é essa a universidade que queremos?” Já podemos ouvir claramente o não. "Não é essa!" Pois não queremos uma instituição fragmentada (em expansão). Queremos uma universidade que racionalize os recursos, seja centrada, valorizando os seus cursos e as suas pesquisas. 

Precisamos repensar os velhos conceitos, promover mais cultura, concentrar esforços e acolher melhor nossos estudantes, oferecendo mais residências e restaurantes universitários de qualidade.

Todos esses indicativos, agora me indicam que não sou eu apenas quem afirma que, para avançar, precisamos passar da “universidade que queremos” para a “universidade necessária”, respondendo se a UFCG, como se apresenta, é uma instituição essencial. Se, para quem e para quê?

Por fim:


A adesão às políticas expansionistas do MEC se constituiu num problema que corajosamente já começa a ser enfrentado, mesmo que para isso seja necessário paralisar as atividades acadêmicas por tempo indeterminado.
Blog rafaelrag
Ciências e Educação

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