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terça-feira, 13 de março de 2012

Pesquisa revela: mulheres traem mais que os hormens
Uma pesquisa encomendada pela Editora Abril em novembro do ano passado e feita com homens e mulheres de todo o Brasil revelou que 64% das mulheres entre 20 e 40 anos admitem já ter traído pelo menos uma vez em sua vida.

Imagem meramente ilustrativa
O número, ainda assim, não é maior do que o dos homens (eles são 73%). Ouvimos o relato de cinco mulheres dessa faixa etária que confidenciam suas puladas de cerca.
Helena, professora, 26 anos“Namorava há dois anos o Renato e notava que ele não me dava mais atenção. Na mesma época conheci o Túlio numa festa de um amigo. Com o tempo, ele começou a frequentar mais os nossos encontros, churrascos, etc. Eu notei que ele me olhava, se esforçava para ser legal comigo, fazia questão de ficar por perto.
Poucos meses depois, fui com o meu namorado a um aniversário e, depois de uma briga, ele foi embora e me deixou lá sozinha. Fiquei furiosa e triste. Quando a comemoração acabou, o Túlio me ofereceu uma carona e eu aceitei. Quando chegamos em frente à minha casa, ele me beijou. Lembro que na hora não tive nenhuma sensação ruim ou peso na consciência. Estava gostando de tudo o que estava acontecendo e nem pensei no meu namorado.
Com o Túlio recebia atenção e carinho. Nós dois continuamos nos encontrando às escondidas por mais três semanas, mas depois perdi a empolgação. Não sei se o Renato desconfiou de alguma coisa. Terminei meu namoro quatro meses depois dizendo que o relacionamento tinha desgastado — o que não deixava de ser verdade. Acho que essa minha reação veio justamente porque eu já não estava mais apaixonada pelo meu namorado, mas não tive a maturidade para lidar com o fato antes de pisar na bola.”
Ana Cristina, 38 anos, empresária - “Já estava casada há seis anos e tinha dois filhos pequenos quando conheci o Armando. Ele frequentava o mesmo estúdio de pilates que eu, mas fazíamos as aulas em horários diferentes. Um dia ele me chamou para tomar um café e aceitei.
A partir daí passamos a conversar mais e tudo era bem amigável. Tinha contado a ele que era casada, ele me contou que era divorciado. Ele deixava minha autoestima lá em cima, me tratava como um cavalheiro e, aos poucos, notei que me apaixonei. Tentei reprimir isso, deixei de encontrar com ele por mais de três meses, parei de fazer o pilates, mas sofria e não sabia como lidar com a situação.
Um dia nos encontramos num supermercado perto da minha casa. Saímos de lá direto para a casa dele e ficamos juntos. Quando voltei para a minha casa, me sentia péssima. Suja, falsa, desmoralizada. Conversei com o meu marido, expliquei que tinha me apaixonado e que não sabia o que fazer. Nos separamos de forma amigável para que as crianças não sofressem tanto. Quatro meses depois assumi minha relação com o Armando. Estamos juntos até hoje e felizes. Me sinto mal por ter traído, mas não posso me culpar por ter me apaixonado.”
Priscila, 22 anos, estudante - “Traí meu namorado depois de uma semana de relacionamento quando saí com uma amiga minha para a balada. Claro que pro meu namorado eu não contei que ia para a balada, mas usei a desculpa de que ia virar a noite na casa dela terminando um trabalho importante da faculdade, assim sabia que ele não ficaria me ligando e também não se preocuparia.
Não que eu planejasse fazer qualquer coisa de que ele não fosse gostar. Encontrei essa minha amiga na casa dela depois do estágio, nos arrumamos e fomos. Tomamos alguns drinks e, no meio da noite, acabei encontrando um ex-colega de trabalho que eu paquerava há uns dois anos. Sempre rolou o maior clima entre nós dois e eu sabia, mas a gente nunca ficava porque sempre um dos dois estava namorando.
No meio da conversa ele ainda me perguntou se eu estava solteira e contou que tinha terminado há um mês com a menina com quem namorou por quase dois anos. Eu dei risada e não respondi nada. O papo continuou no meio da pista até ele me levar para um canto onde o barulho incomodava menos. Chegando lá ele me beijou e eu confesso que não tive nenhuma reação a não ser retribuir.
Foi legal, eu curti ficar com ele, mas não despertou nada demais em mim. Voltei para a casa da minha amiga com a certeza de que estava mesmo apaixonada pelo meu namorado e ela me aconselhou a não contar nada e esquecer o que tinha acontecido. Segui a dica. Meu namorado não sabe de nada e estamos firmes e fortes há dez meses.”
Carina, 29 anos, advogada - “Depois de quatro anos de namoro e um de noivado, praticamente todo o meu diálogo com o Diego era briga. Eu não gostava mais dele e já não tinha mais nem paciência para as coisas que ele me dizia. Ao mesmo tempo, não conseguia terminar. Ainda gostava dele como pessoa e não queria ser aquela que o machucou e que o deixou triste.
Numa sexta-feira em que ele ia visitar os pais em outra cidade, aproveitei para sair com um grupo de amigos. Quando cheguei ao barzinho em que nos encontramos, notei que o Paulo estava lá. Ele era um caso antigo com quem eu tinha perdido o contato por causa justamente do namoro. Com o passar da noite ele começou a dar sinais de que queria ficar comigo e eu correspondia. Lembro que na hora pensei que era isso que queria de novo, me sentir paquerada por outros caras. No fim da noite, ele me beijou.
Os beijos acabaram levando a outras coisas e eu soube ali mesmo que não queria mais namorar, que meu namoro tinha acabado há um tempão e eu não aceitava isso. Voltando para casa no dia seguinte depois de passar a noite com o Diego eu liguei para o meu namorado e, sem dar detalhes, disse que já sabia o que queria da vida e que achava melhor colocar um ponto final na nossa relação. A ligação não durou sequer um minuto e eu ainda acho que foi a melhor coisa que fiz. Não me arrependi de nada.”
Beatriz, 26 anos, publicitária - “O Thiago foi o meu primeiro namorado mais sério e eu era apaixonada por ele. A gente já estava junto há um ano e meio, mas eu sempre sentia uma pontinha de dúvida, por mais que gostasse dele, de como seria se ainda estivesse solteira. Sempre fui aquele tipo de garota que tem várias turmas e adora sair à noite e deixei isso um pouco de lado depois de assumirmos nosso relacionamento.
Num feriado prolongado, fui visitar minhas primas no interior – o Thiago tinha ido à praia com os pais dele – e saímos todas as noites. Logo na primeira eu conheci um amigo de uma delas e fiquei interessada. A gente conversou muito e ele tentou me beijar no fim da noite, quando foi nos deixar em casa, mas eu recuei. No dia seguinte, passamos a tarde toda juntos num churrasco e, à noite, fomos à mais uma festa. No terceiro dia, um antes de eu ir embora, não o encontrei e fiquei meio mexida com isso – hoje eu sei que aquilo era só uma reação de menina mimada, mas confundi com interesse.
No domingo nos reencontramos num almoço com amigos. Quando todo mundo foi para a sala assistir a um filme, ele me chamou para conversar à beira da piscina. Eu fui e nós ficamos. Eu só tinha contado para a minha prima mais próxima o que tinha acontecido e nem pretendia falar ao Thiago, mas, num outro fim de semana quando ele foi comigo para a casa dela, nós duas brigamos e ela contou a ele. Ele ficou muito nervoso, mas mesmo assim não terminou comigo. Continuamos juntos por mais dois meses e eu coloquei um ponto final em tudo. Achei que toda a situação era bizarra – tanto do meu lado, que o traí, quanto do dele, que aceitou ‘numa boa’.”
* O nome das personagens foi alterado para preservar suas identidades
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